Construtoras estão entre os destaques da temporada de balanços corporativos do 2º trimestre de 2025, por forte ligação com a economia doméstica. (Foto: Adobe Stock)
A temporada de balanços do segundo trimestre de 2025 começa nesta semana com a expectativa de que empresas ligadas à economia doméstica registrem melhor desempenho, em contraposição a setores ligados a commodities, que devem refletir a queda das cotações. Veja o calendário completo da divulgação dos balanços corporativos nesta reportagem.
Na previsão da Santander Corretora, entre os nomes ligados ao mercado local, o destaque deve ficar com o setor da construção civil, sobretudo o segmento de baixa renda. Os estrategistas de ações Ricardo Peretti e Alice Correa mencionam em especial Cury (CURY3) e Direcional (DIRR3) que, nas prévias operacionais, divulgadas este mês, mostraram vendas e lançamentos em patamares robustos – veja mais detalhes aqui e aqui.
Há também expectativas favoráveis para varejistas de vestuário, como C&A (CEAB3) e Lojas Renner (LREN3), beneficiadas por uma base de comparação mais fraca. As baixas temperaturas este ano entre abril e junho vão se opor a um segundo trimestre de 2024 quente, que prejudicou as vendas das roupas de inverno.
Larissa Quaresma, da Empiricus, compartilha da visão otimista sobre empresas locais. Ela argumenta que a economia brasileira está forte, com crescimento da renda real e maior eficiência das companhias, citando a SmartFit (SMFT3) como exemplo. “Contudo, a linha final deve ser pressionada pela alta da Selic, que passou de uma média de 10,5% ao ano no segundo trimestre de 2024 para 14,5% agora”, afirma.
As empresas que entram na temporada de balanços pressionadas
Por outro lado, espera-se que as empresas de siderurgia e mineração apresentem resultados fracos devido à queda de 5% em comparação ao trimestre anterior nos preços do minério de ferro, que atingiu US$ 93 a tonelada. Os resultados devem ser parcialmente compensados pela recuperação dos volumes, menores custos de insumos e ganhos de eficiência, avalia o Santander.
Da mesma forma, as estimativas para petroleiras não são muito boas, dada a queda de 11% na comparação trimestral dos preços do petróleo tipo Brent. Entre as empresas exportadoras e de commodities, a única exceção seria Suzano (SUZB3), na opinião de Quaresma, pelo crescimento de volume de produção.
A Empiricus chama atenção também para o setor financeiro, que pode começar a mostrar os primeiros sinais de aumento de inadimplência. O Banco do Brasil (BBAS3) pode ser novamente o destaque negativo, em razão de dificuldades de recebimento do agronegócio. O Itaú (ITUB3; ITUB4) deve ser o contraponto positivo, pelo controle superior da inadimplência e despesas operacionais.
Com relação às recomendações de Top Picks para a próxima semana, a Empiricus substituiu apenas Equatorial (EQTL3) por Porto (PSSA3), e a Terra Investimentos retirou Cemig (CMIG4) e colocou MRV (MRVE3).