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Credit Suisse busca tranquilizar temor do mercado sobre falência

O banco é o segundo maior da Suíça, depois do UBS Group, que já precisou de resgate do governo na crise de 2008

Credit Suisse busca tranquilizar temor do mercado sobre falência
As ações do Credit Suisse caíram 21% no último mês. 01/10/2019 REUTERS/Arnd Wiegmann
  • As ações do Credit Suisse caíram 21% no último mês
  • O presidente-executivo Ulrich Körner disse que o banco está em um momento crítico antes de apresentar uma estratégia delineando os planos de investimento em 27 de outubro.
  • Parte da preocupação dos investidores com a saúde do Credit Suisse se concentrou em suas carteiras financeiras alavancadas

O Credit Suisse (C1SU34) tentou amenizar os temores sobre sua saúde em um memorando a funcionários e em uma rodada de telefonemas para investidores e clientes no fim de semana, segundo fontes familiarizadas com o assunto. Para analista, o banco é “grande demais para quebrar”.

As ações do Credit Suisse caíram 21% no último mês e os spreads de seus credit-default swaps, um tipo de seguro contra inadimplência, subiram para seu nível mais alto do ano na última sexta-feira.

A condição de mercado deteriorada indica que o Credit Suisse pode ter dificuldades para levantar novas ações para pagar uma reestruturação planejada e que seus custos de financiamento podem aumentar acentuadamente. Não houve uma abordagem formal a nenhum acionista sobre a emissão de novas ações, disseram as fontes.

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O Credit Suisse anunciou no final de julho que reformularia seu banco de investimento e sairia de alguns outros negócios para se tornar uma instituição mais enxuta e menos arriscada, após desastres financeiros que incluíram um golpe de US$ 5,1 bilhões no ano passado do cliente Archegos Capital Management.

Veja nesta reportagem as falas de Luciano Telo, CIO do Credit Suisse, contando que o banco ainda não está adicionando posições em bolsa.

O banco suíço tem um grande negócio doméstico que atende a todos os tipos de clientes e compete globalmente em gestão de patrimônio, banco de investimento e gestão de ativos.

Suas ações foram negociadas abaixo do valor contábil, uma métrica comumente seguida pelos investidores, durante anos, à medida que uma sucessão de equipes executivas lutava para conter problemas dentro do banco. Em um memorando para a equipe na sexta-feira, o presidente-executivo Ulrich Körner disse aos funcionários que o banco está em um momento crítico antes de apresentar uma atualização de estratégia delineando os planos para o banco de investimento em 27 de outubro.

De acordo com os pontos, vistos pelo The Wall Street Journal, os ativos líquidos de alta qualidade do Credit Suisse estavam em torno de US$ 238 bilhões no final de junho. Isso não mudou materialmente desde então, disse uma pessoa familiarizada com o assunto. A exposição à alavancagem do Credit Suisse era de cerca de US$ 873 bilhões no final de junho, de acordo com suas demonstrações financeiras do segundo trimestre. Parte da preocupação dos investidores com a saúde do Credit Suisse se concentrou em suas carteiras financeiras alavancadas, que segundo o banco totalizavam US$ 5,9 bilhões em 30 de junho.

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Outra área de foco é seu grupo de produtos securitizados, com cerca de US$ 75 bilhões em exposição bruta a títulos hipotecários e financiamento de ativos. Em julho, o Credit Suisse disse que poderia reduzir o capital que financia o grupo com um investidor externo, mas ainda não assinou um acordo.

O banco é o segundo maior da Suíça em ativos, depois do UBS Group, que enfrentou sua própria crise existencial e precisou de um resgate do governo na crise financeira de 2008, seguido por uma grande reestruturação. Desde então, o UBS emergiu como o mais forte do país.

*Com informações da Dow Jones Newswires

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