- A expectativa do Credit Suisse é dobrar de tamanho a sua área de fundos ativos de gestão própria em dois anos
- Para atingir a meta, o banco suíço está reforçando a equipe da área
- O portfólio de fundos próprios do banco é composto por três modalidades: crédito privado, renda fixa e ações
O Credit Suisse Brasil vai ampliar a sua área de fundos ativos de gestão própria. Criada há quatro meses, a CS Evolution já soma R$ 14 bilhões sob gestão. A expectativa é dobrar de tamanho em dois anos, se aproximando das grandes gestoras do mercado. É o que anuncia o co-head da CS Evolution, André Bannwart, em entrevista ao E-Investidor. “Os bancos sempre foram um berço para as assets (gestoras de recursos). Chegou a nossa vez de fazer esse ciclo.”
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Para atingir a meta, o banco suíço está reforçando a equipe da área. O nível é sênior: em média, cada funcionário tem 20 anos de experiência. Além de Bannwart, há duas décadas no banco, passando pela função de responsável pela renda fixa de emergentes, América Latina e Leste Europeu, David Jordan, egresso da Verde, também será o co-head da área.
A CS Evolution busca tapar um “buraco” de fundos de investimento ativos próprios no banco desde o spin-off (criação de uma empresa a partir de um negócio existente) da Verde, que se tornou uma gestora independente em 2014.
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O Credit Suisse havia iniciado uma parceria com Luis Stuhlberger, gestor da Verde, quando comprou uma participação na corretora Hedging-Griffo, em 2007. Até hoje o banco atuava por meio de parcerias e tinha fundos próprios apenas em classes de ativos alternativos, como fundos imobiliários.
Como o Credit Suisse tem uma área de gestão de fortunas, acaba sendo um grande alocador em fundos de investimento da indústria. Agora, quer atuar também na outra ponta.
Diferenciais do portfólio
O portfólio de fundos próprios do banco é composto por três modalidades: crédito privado (são três fundos, com riscos diferentes), renda fixa e ações. Eles já existiam dentro do banco, mas suas cotas foram agora abertas a clientes private .
A visão de Bannwart é que o momento se impõe como um bom ponto de entrada na estratégia de crédito privado. Isso porque o escândalo das Americanas aumentou os spreads (diferença do preço de compra e venda) de títulos do mercado de forma generalizada, incluindo setores e empresas sólidas. “Acredito que em três a seis meses esses valores devam normalizar. Portanto, o o investidor que entrar agora consegue obter um rendimento extra”.
O otimismo também se estende ao fundo de renda fixa. “O novo governo tem uma característica expansionista, que deve manter os juros mais altos por mais tempo. Isso beneficiará essa classe de ativo pelos próximos quatro anos”.
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Em seu fundo de ações, o banco optou pela estratégia long & short (operação casada, na qual mantém uma posição vendida em uma ação e comprada em outra). “Mesmo quando estamos zerados em Bolsa existem muitas coisas a serem feitas”.
Para condensar as três estratégias, será lançado também, nos próximos meses, um fundo multimercado do tipo Macro, visto que o momento é propício para estratégias do tipo.
“Depois de ficarmos anestesiados por anos de inflação baixa e alto nível de internacionalização, os preços aumentaram enquanto o nível de globalização diminuiu. Esse quadro colabora para que os juros se mantenham fortes. Acreditamos que os próximos dois a quatro anos representam um momento excepcional para essa estratégia”.