- Dia do Cliente: oportunidade e prudência devem andar juntos
- Investidor atento também faz o mercado mais seguro
- Volnei Eyng, da Multiplike, dá dicas valiosas sobre produtos e comportamentos
Neste dia 15 de setembro é comemorado em todo o Brasil o Dia do Cliente. A efeméride foi estabelecida, originalmente, no Estado do Rio Grande do Sul em meados de 2003 e depois adotada por boa parte dos Estados brasileiros, com cerca de 167 municípios aderindo.
O criador, um empresário gaúcho especialista em marketing, pretendia homenagear os consumidores e ao mesmo tempo promover uma relação de fidelidade.
Foi assim que João Carlos Rego implementou a ideia com sucesso e, passados 20 anos, ela continua impulsionando relações de consumo, alavancando vendas e gerando valor.
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Brasileiro adere ao mercado financeiro
Uma das indústrias que também tem aproveitado a data para emplacar ofertas de produtos e serviços é a financeira. Trata-se de um dos setores que mais cresce no Brasil.
Isso porque boa parte da população enxergou no mercado possibilidades de fazer o dinheiro render, e isso é, de certa forma, uma novidade para o brasileiro que por anos viu sua aplicação evoluir pouco.
Acontece que os bancos tradicionais implementaram novos produtos de investimentos e serviços e, na sequência, os neobancos – que são aqueles já digitais, mais dinâmicos e menos burocráticos – captaram milhares de clientes e, literalmente, alavancaram a bancarização no País.
Esse fenômeno ainda está acontecendo diariamente, cuja porta de entrada é a conta simples, o cashback, e a carteira digital.
Depois, os novos correntistas passam a ter acesso a produtos de renda fixa e de renda variável. Mais recentemente, os criptoativos também entraram nesse mercado cheio de opções.
Investidor pessoa física na B3
Tanto é assim que o volume de investidores pessoa física que operam renda fixa na B3 (B3SA3) cresceu 59,4% em cerca de um ano e meio, para 15,3 milhões. O número foi divulgado no primeiro semestre de 2023 pela empresa de infraestrutura de mercado.
A adesão de centenas de pessoas aos bancos, fintechs e outras empresas do setor financeiro chamou a atenção de gente mal-intencionada que tenta burlar, diariamente, aplicativos, sistemas de pagamento e recebimento e outros recursos de uso cotidiano para movimentação de dinheiro.
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Se décadas atrás o brasileiro precisava se preocupar com o furto e roubo de pertences, incluindo objetos de valor, carteira e dinheiro, atualmente ele precisa se preocupar com isso e também com golpes que se multiplicam nos canais digitais.
As empresas, por sua vez, reforçam a defesa cibernética de suas plataformas e aplicativos para, assim, assegurar que seus clientes se mantenham resguardados desse tipo de dor de cabeça. Entretanto, vez ou outra um agente mal-intencionado consegue quebrar a barreira de segurança.
Vulnerabilidades em sistemas também facilitam o acesso dos criminosos e em qualquer destas circunstâncias, o cliente deve procurar imediatamente a instituição financeira e reportar o caso.
Confira dicas de produtos financeiros
Volnei Eyng, 43, CEO da Multiplike, uma das maiores gestoras de recursos do País, elaborou dez dicas para o brasileiro investir sem medo, atendendo pedido do E-Investidor.
Ele afirma que sua missão é auxiliar as empresas a atingirem seu potencial financeiro máximo, oferecendo crédito estruturado com segurança e agilidade.
“Estamos focados em proporcionar soluções personalizadas que atendam às necessidades específicas de cada cliente, seguindo uma abordagem inovadora e orientada para o cliente”, destacou.
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Antes de tratar das dicas, ele pontua alguns produtos financeiros considerados seguros. Confira:
- Títulos públicos emitidos pelo Tesouro Nacional
São utilizados para financiar contas da União e arrecadar fundos. É o título de investimento mais seguro do Brasil. “Nesse caso a única situação em que o investidor não receberia o dinheiro seria o colapso das finanças do governo”, disse.
- CDB’s com Garantia do FGC
Estes são Certificados de Depósito Bancário que contam com a garantia do Fundo Garantidor de Créditos (FGC). “Vale lembrar que o valor máximo coberto pelo FGC é de R$ 250 mil por CPF ou CNPJ em cada conglomerado financeiro”, destacou.
- LCI e LCA
Letras de Crédito Imobiliário (LCI) e Letras de Crédito do Agronegócio (LCA) que contam com a garantia do Fundo Garantidor de Créditos (FGC). “Esses títulos são investimentos isentos de Imposto de Renda”, ressaltou.
- Fundo DI
Fundos DI investem principalmente em títulos públicos ou privados de curto prazo. “Estes oferecem baixo risco e liquidez diária”, pontuou o executivo.
- Crédito Privado
Títulos de empresas com boa saúde financeira podem ser consideradas de baixo risco, embora geralmente ofereçam retornos um pouco maiores do que os investimentos mais seguros.
- Crédito estruturado
Eyng lembra que a evolução do mercado e a regulamentação pela nova ICVM 175, que entra em vigor em outubro desse ano, permitirá o acesso ao investidor de varejo a fundos de crédito estruturado, que até então eram restritos a investidores profissionais ou qualificados.
“Com alto grau de governança, e por possuírem em suas estruturas níveis de proteção com camadas que reduzem o risco ao investidor, acaba sendo uma opção atrativa e segura”, frisou.
As dicas
Entretanto, ele elencou que para uma maior segurança, alguns pontos devem ser observados em relação as empresas que oferecem as opções de investimento, o que reduz consideravelmente o risco:
- Regulação e fiscalização: Certifique-se de que o investimento e a instituição estejam sujeitos à regulamentação adequada. No Brasil, a CVM (Comissão de Valores Mobiliários) e o Banco Central são os principais órgãos reguladores do mercado financeiro. Verifique se a instituição está devidamente registrada junto a essas entidades.
- Transparência: Investimentos seguros devem ser transparentes quanto aos seus termos, riscos e custos associados. Desconfie de investimentos que prometem retornos extraordinários com informações vagas ou confusas.
- Ter ‘skin in the game’ / pele no jogo: em investimentos em crédito privado e estruturado é essencial que os administradores das empresas ou fundos sejam participantes ativos da operação e investidores ativos para alinhar os interesses do investidor com o sucesso do empreendimento, garantindo comprometimento e responsabilidade.
- Auditorias independentes: Verifique se o investimento é auditado regularmente por uma empresa de auditoria independente. Relatórios de auditoria podem fornecer uma visão adicional sobre a saúde financeira da empresa.
- Agências classificadoras de risco/rating: São entidades que avaliam e atribuem notas de crédito a empresas e instrumentos financeiros, desempenhando um papel crucial ao fornecer informações sobre o risco de crédito, auxiliando investidores na tomada de decisões e contribuindo para a estabilidade do mercado financeiro.
- Histórico e reputação: Verifique o histórico e a reputação da instituição financeira ou empresa. Procure por reclamações, processos judiciais, notícias negativas ou qualquer sinal de comportamento suspeito.
- Pesquisa e informação: Realize uma pesquisa minuciosa sobre o investimento e a instituição financeira ou empresa que o oferece. Use fontes confiáveis e verificáveis para obter informações. Confira se a instituição está devidamente registrada e autorizada pelos órgãos reguladores.
- Diversificação: Mantenha uma carteira de investimentos diversificada para reduzir o risco. Não coloque todos os seus recursos em um único investimento ou empresa.
- Acompanhamento contínuo: Mesmo depois de investir, continue acompanhando o desempenho e a situação financeira do investimento. Esteja atento a qualquer sinal de irregularidade ou mudança nas condições.
- Consulte um profissional: Considere consultar um consultor financeiro ou um especialista em investimentos para obter orientação personalizada. Eles podem ajudá-lo a avaliar a segurança de investimentos específicos com base em sua situação financeira e objetivos.
Por fim, ele trouxe uma décima primeira dica, muito importante, por sinal: “fique atento às condições de mercado. Se algo parece bom demais para ser verdade ou se você tiver dúvidas sobre a legitimidade de um investimento, seja cauteloso.”