

O empresário Elon Musk pressionou o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, a voltar atrás sobre a política de tarifas recíprocas impostas a todos os países no dia 2 de abril. Segundo fontes ouvidas pelo jornal The Washington Post, o CEO da Tesla (TSLA) tentou convercer o presidente a recuar sobre as medidas no fim de semana.
Até o momento, os esforços do homem mais rico do mundo têm sido em vão. Na tarde desta terça-feira (8), a Casa Branca elevou as tarifas contra a China para 104% após o gigante asiático não voltar atrás sobre as retaliações às tarifas de Trump. A decisão do governo americano eleva as tensões comerciais entre os dois países e os riscos de uma recessão a nível global.
Musk também tem feito comentários contrários às tarifas nos últimos dias. No fim de semana, o bilionário comentou que os EUA deveriam estabelecer um sistema de “tarifa zero” com a Europa. “Se as pessoas desejam trabalhar na Europa ou na América do Norte, elas deveriam ter permissão para fazê-lo, na minha opinião”, disse o bilionário enquanto participava de uma reunião com o partido Liga da Itália.
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Já nesta terça-feira (8), o CEO da Tesla intensificou os ataques contra o conselheiro comercial do presidente americano, Peter Navarro, ao chamá-lo de idiota. “Navarro é mais burro que um saco de tijolos”, escreveu o bilionário em um post no X ao comentar uma entrevista do conselheiro à CNBC. Os dois divergem sobre o pacote de tarifas e trocaram farpas nos últimos dias.
A posição contrária de Musk à política tarifária dos EUA parece ter surtido efeito nas ações da Tesla (TSLA). Às 14h (horário de Brasília), as ações da montadora de veículos operam ganhos de 0,35%, cotados a US$ 234,10. Contudo, voltaram a cair com a escalada da guerra comercial entre China e EUA.
Vale lembrar que, desde o início do governo Trump, a companhia de Musk já perdeu US$ 619 bilhões em valor de mercado, segundo dados da Elos Ayta Consultoria. A depreciação reflete a preocupação do mercado com os efeitos da postura de Musk no governo sobre a reputação da Tesla. Nas últimas semanas, os veículos elétricos da companhia foram alvo de atos de vandalismo nos Estados Unidos devido à retórica política do bilionário voltada para a extrema-direita.