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Evergrande vende fatia em banco para estatal chinesa por US$ 1,55 bi

Atualmente, a empresa possui 34,5% das ações do banco, fatia que recuará para pouco menos de 15% após a venda

Evergrande vende fatia em banco para estatal chinesa por US$ 1,55 bi
Fachada de edifício construído pela Evergrande, em Luoyang, China. Foto: REUTERS/Carlos Garcia Rawlins

A incorporadora imobiliária chinesa Evergrande, que enfrenta uma forte crise financeira, informou em comunicado à Bolsa de Hong Kong que venderá uma fatia de cerca de 20% no Shengjing Bank, uma instituição financeira, à Shenyang Finance. Atualmente, a Evergrande possui 34,5% das ações do banco, fatia que recuará para pouco menos de 15% se a transação for concluída.

A compradora é uma estatal do setor de investimentos industriais, gestão de capital e ativos controlada pelo governo da cidade de Shenyang, a maior da província de Liaoning, no nordeste da China.

O acordo prevê que a Evergrande receberá 5,70 yuans por ação, o que totalizará 9,993 bilhões de yuans, ou, aproximadamente, US$ 1,55 bilhão. Os recursos provenientes da venda, porém, serão aplicados apenas no pagamento dos passivos da incorporadora com o Shengjing por uma exigência do banco, segundo o comunicado. O montante desses passivos não é informado.

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O pagamento será feito após o cumprimento de condições precedentes, como a aprovação da transação pelo conselho do Shengjing Bank e de órgãos reguladores chineses.

O Shengjing Bank foi criado em 1997, e trabalha com empréstimos e depósitos para empresas e pessoas físicas, além de atuar no mercado de capitais chinês. No primeiro semestre do ano, teve lucro de 1,064 bilhão de yuans, o equivalente a US$ 161,67 milhões.

De acordo com a Evergrande, a crise de liquidez da companhia afetou de forma adversa o Shengjing. “A entrada do comprador, uma empresa estatal, vai ajudar a estabilizar as operações do Shengjing Bank e ao mesmo tempo, ajudará a aumentar e manter o valor dos 14,75% de participação que a companhia manterá no banco”, diz a incorporadora.

A Evergrande enfrenta uma forte crise financeira diante do aperto de Pequim à especulação no setor imobiliário. A companhia tem mais de US$ 300 bilhões em passivos, entre dívidas, imóveis por entregar e emissões de títulos. O mercado vem acompanhando sua situação de liquidez diante do temor de que uma eventual quebra ou calote por parte da incorporadora tenha efeitos sistêmicos na segunda maior economia global e também no resto do mundo.

Na última semana, a empresa deixou de pagar os juros de uma emissão de bonds em dólar. Uma de suas subsidiárias, porém, conseguiu fechar um acordo com credores para pagar os juros de uma emissão de títulos feita na China.

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