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- A recém-nascida “Fami Capital” já está provocando grandes movimentações no mercado
- A empresa de serviços financeiros foi lançada em outubro, já possui R$ 65 bilhões sob custódia e confirmou ao E-Investidor a compra do controle da gestora Persevera
- “Chance nula de não sair o negócio, o contrato está pronto”, afirma Samy Botsman, sócio, VP de produtos e chairman da Fami Capital
A recém-nascida Fami Capital já está provocando grandes movimentações no mercado. Fruto da fusão entre a Messem Investimentos e Faros Private, dois dos maiores escritórios da XP, a empresa de serviços financeiros foi lançada em outubro, já possui R$ 65 bilhões sob custódia e confirmou ao E-Investidor a compra do controle da gestora Persevera.
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De acordo com Acordo está nos “momentos finais”, revela o chairman da Fami Capital, Samy Botsman, em primeira-mão ao E-Investidor, sócio, VP de Produtos e chairman da Fami Capital, o acordo está na fase final. “Chance nula de não sair o negócio, o contrato está pronto”, afirma. “Teremos fundos abertos e exclusivos, carteiras administradas, várias soluções financeiras dentro do braço de gestão.”
Este é mais um passo em direção ao objetivo, anunciado pela companhia, de chegar aos R$ 100 bilhões sob custódia até o final do ano que vem. Para alcançar essa meta, a Fami já estuda outras possíveis aquisições em segmentos estratégicos, como o multifamily office (MFO), em que é feito o gerenciamento financeiro de famílias de alto patrimônio.
O crescimento orgânico também é um caminho para essa expansão, com expectativa de captação de R$ 24 bilhões no ano que vem. Segundo Botsman, Messem e Faros captaram em média R$ 1,5 bilhão por mês este ano. Para 2024, sob a marca única de Fami Capital, a projeção é de uma aceleração para R$ 2 bilhões mensais.
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Na esteira dos próximos cortes na Selic, hoje em 12,25% ao ano, o executivo vê 2024 como muito positivo para as assessorias de investimentos. Isto porque, com os rendimentos caindo na renda fixa, os investidores precisarão cada vez mais de uma consultoria personalizada.
“É aí que a gente entra no circuito, não só com a assessoria de investimentos, mas como banking também”, afirma Botsman. “Apesar de termos continuado nosso crescimento em 2023, foi um ano mais disputado pelos juros altos. Isto porque os bancos têm os lastros dos clientes, concentram a maior parte das operações. Então temos um oceano para explorar”, diz.
O perfil dos clientes da Fami Capital são mais ligados à alta renda e ao segmento private, mas existem soluções que atendem investidores de diversas necessidades.
“AAI turbinado”
Hoje, a Fami Capital atua no modelo que está sendo chamado de Agente Autônomo de Investimento Turbinado (AAI Turbinado). Graças à nova Resolução 178 da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), em vigor desde junho deste ano, a empresa pode oferecer uma ampla gama de serviços financeiros, como consultoria, seguros, crédito e câmbio, tendo a XP como provedora exclusiva de produtos, sistemas e inteligência, mas com flexibilidade societária.
Antes, era a vedada a participação de “sócios capitalistas” (espécie de sócio investidor) nestes negócios. “Imaginamos poder ter, além da XP, outros sócios estratégicos ao longo do tempo”, diz Mauro Silveira, sócio e CEO da Fami Capital.
As vantagens desse novo formato, viabilizado pela Resolução 178, fizeram com que a companhia desistisse, logo depois do lançamento da marca em outubro, da ideia inicial de se tornar uma corretora. “Essa nova regra vigente deixa a nossa empresa muito menos burocrática e com uma eficiência tributária e velocidade de crescimento maior”, diz Silveira. “Dentro deste modelo, poderemos focar no nosso core business (negócio principal), que é assessoria de investimentos, e nossos clientes não precisarão fazer os trâmites de trocar de corretora.”
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Os custos de se tornar uma “corretora light” também não agradaram. E para Botsman, a Fami Capital pode ter sido a primeira desistência dentre outras tantas que podem vir.
“Estamos antecipando um movimento, que é de não virar uma corretora. Tomamos uma decisão que é diligente, conservadora, e acreditamos que em breve outras operações que estão nesse processo, de migrar de escritório para a corretora, virão ao mercado para falar que voltaram atrás”, diz o chairman. “Essas operações devem estar fazendo a mesma conta que nós fizemos.”
Bolsa
Os executivos olham para frente com positividade e não descartam, futuramente, abrir capital na Bolsa de Valores, aos moldes das companhias similares no exterior. Um desses formatos é o praticado pela CapTrust, uma assessoria financeira com US$ 780 bilhões em ativos sob custódia.
“Não temos prazo, mas a gente enxerga que uma Oferta Pública Inicial de ações (IPO) possa ser um caminho futuro”, afirma Silveira. “Nos espelhamos bastante no mercado americano. Temos muitas casas com formatos de negócios que já deram certo e que podemos replicar.”
Até o primeiro trimestre do ano que vem, Messem e Faros seguirão atuando como marcas independentes. Depois, devem ser integradas à Fami Capital – acrônimo que une “Faros”, “Messem” e “Investimentos”, e faz alusão à palavra “família”.
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