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- A reoneração dos impostos sobre os combustíveis, decidida na semana passada pelo Governo Federal, está repercutindo nas empresas petrolíferas brasileiras
- Um relatório da Toro Investimentos demonstrou preocupação com o impacto da medida nas "junior oils", nome dado às companhias de petróleo de menor porte na bolsa
- Isso porque, como contrapartida à reoneração, o governo decidiu aumentar o imposto sobrado sobre a exportação do petróleo cru
A reoneração dos impostos sobre os combustíveis, decidida na semana passada pelo Governo Federal, está repercutindo nas empresas petrolíferas brasileiras. Um relatório da Toro Investimentos demonstrou preocupação com o impacto da medida nas “junior oils”, nome dado às companhias de petróleo de menor porte na bolsa.
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A solução encontrada pelo governo para voltar a cobrar o PIS/Cofins nos combustíveis foi a reoneração parcial, que vai resultar em uma elevação de R$ 0,47 e R$0,02 por litro de gasolina e álcool, respectivamente. Em relação às alíquotas originais, trata-se de uma redução de R$ 6,6 bilhões na arrecadação.
Para compensar a redução, o governo decidiu aumentar em 9,2% o imposto de exportação de petróleo cru pelos próximos quatro meses – e é essa medida que impacta as junior oils.
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Por não possuírem a robustez e estrutura operacional da Petrobras (PETR4), companhias como Prio (PRIO3), 3R Petroleum (RRRP3) e PetroReconcavo (RECV3) devem ser as mais impactadas por este cenário.
“Dentre as ‘juniors’, a PRIO dedica a totalidade da produção ao mercado externo e, em termo de resultados, deve ser uma das mais impactadas, ao menos inicialmente”, diz o relatório escrito pelos analistas Lucas Carvalho e Lucas Serra.
Existe, no entanto, uma desconfiança no mercado de que a elevação do tributo cobrado sobre o petróleo cru não durará somente quatro meses. Nesse caso, a Toro entende que as outras junior oils também podem sofrer. “Poderemos observar uma maior competitividade interna, sendo o contexto agravado por se tratar de um mercado que já conta com um grande player, a Petrobras. Logo, a 3R e a Recôncavo também podem sentir os efeitos”, destacam Carvalho e Serra.
Outro cenário que pode pressionar ainda mais as junior oils é a solicitação feita pelo Ministério de Minas e Energia para a suspensão por 90 dias da política de venda de ativos da estatal. Se confirmada, isso impactaria os novos processos, mas também abre espaço para dificultar aqueles em curso.
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Parta das “juniors”, que têm como modelo de negócio a aquisição e exploração de campos pertencentes à Petrobras, podem ser afetadas. “Podemos citar a 3R, que adquiriu o Polo Portiguar, e a PetroReconcavo que, em parceria com a Eneva, está negociando o Polo Bahia Terra. Estas, dentre outras transações, podem ser impactadas”, diz o relatório da Toro.
Dentre as companhias citadas, a corretora só tem recomendação aberta para as ações da 3R Petroleum, com foco no longo prazo. Mas é preciso atenção. Os analistas Carvalho e Serra destacam que a empresa continua saudável e expandindo suas atividades, mas as incertezas “aumentaram substancialmente nas últimas semanas”.
No caso específico da companhia, a Toro afirmou que vai continuar acompanhando os desdobramentos referentes ao Polo Potiguar, um ativo importante para os resultados da empresa.