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- A Petrobras aprovou o pagamento de R$ 2,75 por ação aos investidores. O pagamento equivale a uma distribuição total de 35,7 bilhões
- Por causa dessa notícia, os analistas acreditam que as ações devem iniciar o pregão desta quinta-feira (2) com ganhos
Na noite de quarta-feira (1), a Petrobras (PETR3/PETR4) divulgou o balanço referente ao quarto trimestre de 2022 e reportou lucro líquido de R$ 188,3 bilhões em 2022, o maior da história da empresa.
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Se analisado somente o quarto trimestre, o lucro líquido registrado é de R$ 43,34 bilhões, alta de 37,6% em relação ao terceiro tri de 2022.
A estatal também anunciou a distribuição de mais um “superdividendo“, o que deve repercutir de forma positiva nas ações ao longo do pregão desta quinta-feira (2). O pagamento será de R$ 2,75 por ação, o que representa uma distribuição total equivalente a R$ 35,7 bilhões.
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O anúncio acontece após integrantes do governo Lula criticarem a atual política da companhia de remuneração aos acionistas. Na terça-feira (28), a presidente do Partido dos Trablhadores, Gleisi Hofmann, defendeu mudanças na distribuição de proventos.
As declarações fizeram as estimativas do mercado apontarem para a possibilidade da empresa não anunciar nenhuma distribuição de dividendos diante da posição do novo governo. “A distribuição de dividendos foi bem elevada e vai entregar um dividend yield muito bom”, afirma Mateus Haag, analista da Guide Investimentos. Por esse motivo, ele acredita que as ações devem opera com ganhos ao longo do pregão desta quinta-feira (2) e compensar as perdas registradas na quarta-feira (1).
“Apesar da queda trimestral de 12% do Brent e dos menores preços internos de derivados, as receitas da Petrobras vieram ligeiramente melhores que as nossas expectativas, bem como seus custos, impactos positivamente por menores participações governamentais”, informaram os analistas da Ativa Investimentos. Mesmo assim, a corretora possui recomendação neutra para os papéis da companhia.
A posição da XP já é contrária. Ao analisar os resultados operacionais da companhia, a XP reforça que a geração de caixa livre e o pagamento de dividendos trouxeram para a Petrobras uma posição financeira sólida. Desta forma, a corretora reitera a compra para a ação PN da estatal.
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“Nosso cenário base ainda é que os preços dos combustíveis sigam a precificação por paridade de importação (PPI) e sem grandes desembolsos de capex para projetos greenfield a serem implantados nos próximos anos”, escrevem Andre Vidal, Guilherme Nippes e Helena Kelm.
Os analistas acreditam ainda que, no curto prazo, os investidores negociarão a ação PN de acordo com o fluxo de notícias relacionadas a indicações de como o governo se comportará em suas políticas econômicas.
Para os analistas do Credit Suisse, o destaque do balanço foi o anúncio de um dividendo substancial, particularmente no contexto de incerteza sobre a continuidade da atual política de proventos da estatal.
Sobre a queda de 20,1% no Ebitda em relação ao trimestre anterior, o banco suíço reforça que a empresa divulgou uma leitura positiva em seu relatório mais recente de produção e venda. “Naquela época, destacamos que a Petrobras vendeu mais volumes do que produziu, o que costuma ser uma indicação de resultados fortes”, escreveram os analistas.
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“Em suma, parece que nossas expectativas mais otimistas apoiadas pelas fortes vendas não se materializaram.” Ainda assim, o banco afirma que o lucro líquido superou as expectativas.
Já os analistas do Itaú BBA classificaram os resultados como “neutros” em virtude da entrega de um Ebitda de R$ 75 bilhões, um volume 6% abaixo das estimativas. Por outro lado, o banco ressalta que a distribuição de dividendos anunciada pela empresa veio acima das expectativas. “O dividend yield foi de 11% no 4T22, acima da nossa faixa estimada para o trimestre de 8%-10%”, informaram.
Para os próximos trimestres, as dúvidas sobre a permanência da política de dividendos e da política de precificação de combustíveis colocam em risco os fundamentos da companhia. Caso haja mudança nos próximos meses, a tendência é que a companhia não apresente resultados considerados “sólidos” mesmo com a presença de alguns contratempos de mercado.
“Dentro de uma carteira devidamente diversificada e focada em dividendos, a PETR4 ainda faz sentido por enquanto dado o valuation atual. No entanto, seguimos muito atentos a possíveis mudanças nessa história, que podem alterar drasticamente a nossa visão”, diz Ruy Hungria, analista de research da Empiricus.
Sobre o balanço
A Petrobras fechou o quarto trimestre de 2022 com lucro de R$ 43,3 bilhões, 37,6% a mais do que há um ano, e 6% menor do que o registrado no terceiro trimestre de 2022, segundo informou a companhia à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) nesta quinta-feira, 2.
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A queda na margem, ou seja, na comparação com o trimestre imediatamente anterior, se deve à redução no preço médio do barril de petróleo no período, que caiu de US$ 100,85 no terceiro trimestre do ano para US$ 88,71 nos últimos três meses de 2022.
O Ebitda, que mede a capacidade de geração de caixa da companhia, ficou em R$ 73 bilhões no quarto trimestre, alta de 16,1% contra o quarto trimestre do ano passado, mas recuo 20,1% em relação ao trimestre anterior. A receita de vendas no período subiu 18,2%, para R$ 158,5 bilhões, frente ao quarto trimestre de 2021, e recuou 6,8% em relação ao terceiro trimestre deste ano.
A empresa informou que a receita com a venda de derivados atingiu R$ 99,2 bilhões no quarto trimestre, 21,3% acima do registrado no mesmo período de 2021. As exportações da companhia foram de R$ 36,1 bilhões, alta de 20,1% contra o quarto trimestre de 2021.