O que este conteúdo fez por você?
- Proprietário da marca, Yvon Chouinard doou companhia para fundo e organização não governamental de combate aos impactos das mudanças climáticas.
- A Patagônia é uma das marcas líderes de roupas e equipamentos de esportes outdoor como montanhismo, esqui e snowboard.
- Seu valor de mercado é estimado em US$ 3 bilhões.
‘A Terra agora é nosso único acionista’. O mundo corporativo foi supreendido na última quarta-feira (14) quando a família de Yvon Chouinard, o bilionário dono da Patagonia abriu mão da empresa com o objetivo de defender os valores da companhia ligados à sustentabilidade.
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Uma das líderes no segmento de roupas e artigos de esportes ao ar livre, a companhia é avaliada em cerca de US$ 3 bilhões.
O controle da empresa passará para um fundo, a Patagonia Purpose Trust. Do outro lado, 100% das ações não-votantes terão como destino a Holdfast Collective, para a qual os lucros não reinvestidos serão redirecionados para esforços de proteção ambiental como a crise climática e a defesa de terras naturais.
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Ao invés de abrir o capital da Patagonia ou mesmo vender a companhia e reverter os recursos para o fundo, Chouinard defendeu a decisão de doar as ações para que a marca continue se sustentando sobre os pilares em que foi criada.
“Espero que [este modelo de negócio] influencie uma nova forma de capitalismo que não termine em alguns poucos ricos e muitos pobres”, disse o fundador da empresa ao New York Times.
Quem é Yvon Chouinard?
Alguns bilionários donos de startups cresceram programando computadores. Outros fizeram fortuna no mercado financeiro antes de começar a lançar outros projetos. Chouinard passou boa parte da juventude pendurado em cordas nas paredes de granito do parque nacional de Yosemite, na Califórnia, o paraíso dos escaladores em rocha.
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De família de origem franco-canandense, Chouinard nasceu no Maine em 1938. Ainda criança mudou-se para o sudoeste americano, onde tornaria-se parceiro de montanhistas como o lendário Royal Robbins.
Foi nesta época que conquistou o cume do Cerro Fitzroy, um monolito vertical constantemente supliciado pelo mau tempo na Patagônia argentina. Aquela paisagem gelada, tão agreste quanto arrebatadora, certamente deixou, literalmente, uma marca.
O primeiro passo no mundo corporativo foi em uma companhia de equipamentos de montanhismo que daria origem à Black Diamond (Nasdaq: CLAR), uma das mais respeitadas do setor. Um novo negócio, inicialmente de venda e fabricação de roupas, viria a se tornar a Patagonia.
A Patagônia
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Uma das companhias líderes de seu segmento – que também inclui marcas como The North Face, Columbia e Arc’teryx – a Patagonia sempre se diferenciou em sua tentativa de buscar processos de fabricação, matérias-primas, fornecedores e conceitos mercadológicos sustentáveis.
Ao contrário do fast-fashion, a moda instantânea e descartável, a companhia prega o uso de artigos que durem muitos anos. Conceitos como carbono zero, economia circular e matérias-primas orgânicas e certificadas tornaram-se regras centrais procuradas dentro da Patagonia, com distintos graus de sucesso.
A questão se aprofundou tanto que a empresa anunciou há alguns meses que deixaria de fornecer seus famosos coletes de fleece com logos personalizados para fintechs e corretoras de Wall Street. O motivo alegado foi de que a customização reduziria a vida útil dos vestuários.
A obsessão de Chouinard com a sustentabilidade chegou até na alimentação. Preocupado com o uso intensivo de agrotóxicos e não sustentável de água e do solo, o executivo criou uma divisão que comercializa produtos orgânicos como carne de bisão, salmão, sopas, cervejas e vinhos. Em 2002, a empresa passou a doar 1% de suas vendas para causas ambientais através da iniciativa 1% for the Planet.
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Vinte anos depois, ele doou 100% de suas ações para esse propósito.