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Rio Tinto paga US$ 9,1 bilhões de dividendos e registra lucro recorde

Resultado reflete o aumento dos preços das commodities e a liderança do novo diretor executivo

Rio Tinto paga US$ 9,1 bilhões de dividendos e registra lucro recorde
Um pedaço de minério de ferro nas mãos de um mineiro. Foto: David Gray/ Reuters
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  • Os resultados publicados na quarta-feira também se inserem no primeiro período da companhia sob a liderança do novo diretor executivo, Jakob Stausholm
  • O aumento dos preços das commodities indica que a chegada do novo diretor foi um ponto alto para a Rio Tinto, mesmo com a companhia lutando com uma série de problemas que têm prejudicado suas operações nos últimos anos
  • A companhia divulgou ganhos subjacentes no primeiro semestre que mais do que dobraram, US$ 12,2 bilhões, em comparação com o mesmo período do ano passado, resultado da disparada dos preços do minério de ferro e do cobre
  • A distribuição de lucros, que inclui um dividendo especial de US$ 3 bilhões, foi maior do que a empresa pagou aos acionistas durante todo o ano de 2020 e mais do que os analistas previam

(Thomas Biesheuvel, James Thornhill, WP Bloomberg) – Rio Tinto, a maior empresa de mineração do mundo, registrou lucro recorde e pagará US$ 9,1 bilhões de dividendos, uma vez que a empresa e suas rivais globais se beneficiaram da recuperação do mercado de commodities neste ano.

A Rio Tinto é a primeira das grandes companhias de mineração a publicar seus ganhos, dando início à temporada em que as empresas informam seus resultados, que no geral devem ser cifras recorde. O setor é um dos maiores beneficiários dos esforços em todo o mundo para se voltar aos níveis antes da pandemia. Os trilhões de dólares injetados em pacotes de recuperação da economia animaram a demanda de commodities como minério de ferro e cobre, elevando fortemente os preços e gerando pressões inflacionárias em toda a economia global.

Os resultados publicados na quarta-feira também se inserem no primeiro período da companhia sob a liderança do novo diretor executivo, Jakob Stausholm, nomeado depois de Jean-Sebastien Jacques deixar a empresa após violenta reação contra a destruição, pela Rio Tinto, de um antigo site aborígine no ano passado. O aumento dos preços das commodities indica que a chegada do novo diretor foi um ponto alto para a Rio Tinto, mesmo com a companhia lutando com uma série de problemas que têm prejudicado suas operações nos últimos anos.

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Os transtornos causados pela covid-19, especialmente no que se refere à capacidade da companhia em  transportar os trabalhadores para seus locais de trabalho, se juntaram aos problemas existentes no primeiro semestre, principalmente no tocante ao desenvolvimento de um projeto relacionado com cobre na Mongólia, e as suas minas de minério de ferro na Austrália Ocidental. O negócio de cobre da Rio Tinto também viu sua produção diminuir por causa da covid.

“No primeiro semestre tivemos muita instabilidade operacional. Temos de aprimorar a consistência do nosso desempenho”, afirmou o CEO numa teleconferência com jornalistas. “Embora os resultados hoje demonstrem claramente a qualidade da nossa base patrimonial, nosso desempenho operacional não é hoje como foi no passado ou onde queremos que esteja”, disse ele.

Stausholm também emitiu um sinal de cautela quanto à previsão da demanda de commodities da sua principal consumidora, a China.

“O potencial no longo prazo no caso da China continua intacto, mas observamos um desenvolvimento industrial não sustentável em alguns meses no primeiro semestre deste ano”, disse ele.

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O preço das ações da Rio Tinto caiu 0,6% em Londres, um declínio também observado entre muitas das suas concorrentes.

A companhia divulgou ganhos subjacentes no primeiro semestre que mais do que dobraram, US$ 12,2 bilhões, em comparação com o mesmo período do ano passado, resultado da disparada dos preços do minério de ferro e do cobre. A distribuição de lucros, que inclui um dividendo especial de US$ 3 bilhões, foi maior do que a empresa pagou aos acionistas durante todo o ano de 2020 e mais do que os analistas previam.

Se por um lado a companhia está pagando valores recorde para os acionistas, ela indicou esta semana estar interessada em investir no crescimento da produção de commodities chave – particularmente aquelas que irão se beneficiar da mudança em todo o mundo para uma energia verde.

A empresa anunciou seus planos de investir US$ 2,4 bilhões na criação de uma mina de lítio na Sérvia. Embora seja um grande passo por parte de uma grande companhia de mineração, entrando na produção de lítio usado em baterias recarregáveis, o investimento reflete o avanço em curso das grandes mineradoras no campo das commodities “do futuro”, como metais para baterias ou fertilizantes, ao mesmo que se preparam para abandonar os combustíveis fósseis.

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“A Rio Tinto parece estar mudando da austeridade e retornos de capital para focar mais no crescimento”, disse o analista da Jefferies Christopher LaFemina. “Embora a companhia tenha tido problemas operacionais no período, no contexto geral estes resultados financeiros são excepcionais”. / TRADUÇÃO DE TEREZINHA MARTINO

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