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Como investir em ações da Tesla (TSLA34). Vale a pena?

Player de energia renovável, empresa empolga pela inovação, mas é considerada uma das mais arriscadas pelos analistas

Como investir em ações da Tesla (TSLA34). Vale a pena?
Loja da Tesla em Nova York (Foto: An Rong Xu/The New York Times)
  • Desde a abertura do capital na bolsa de valores, em 2010, ações valorizaram mais de 3.500%
  • Imagem de “gênio louco”do CEO Elon Musk nem sempre é vista de maneira positiva pelo mercado
  • Indústria operada pela Tesla tem desafios maiores, que envolve mudanças estruturais nas cidades

(Isadora Rupp/Especial para o E-Investidor) – Há quem simpatize ou não com a imagem e postura de gênio meio maluco de Elon Musk, o CEO da Tesla, empresa automotiva e de armazenamento de energia dos Estados Unidos, e que integra o conjunto das bigtechs mais valiosas do mercado financeiro. Misto de visionário com celebridade que gosta de dividir a vida pelas redes sociais, Musk também é a mente criadora do Space X, empresa de sistemas aeroespaciais que, em maio deste ano, colocou dois astronautas em órbita em missão com a Nasa, sinalizando ao mundo que o setor privado está no páreo na corrida espacial.

O mercado respondeu bem e, após o lançamento da nave Dragon Crew em junho, os papéis valorizaram quase 10% em um só dia. Desde o começo de 2020, quem tem ações na Tesla viu seu patrimônio valorizar 500%. Volta e meia, algumas declarações do CEO ocasionam oscilações. Mas as baixas costumam durar pouco, e a recuperação é ágil. Atualmente, a Tesla é uma das empresas mais relevantes do Vale do Silício e tem valor de mercado de US$ 278 bilhões.

Para efeitos comparativos, outras companhias de automóveis, como a BMW, valem US$ 43 bi. A frota de automóveis elétricos da Tesla é de 1 milhão de veículos. A vanguarda da Tesla no setor e o fato de focarem o negócio em energia limpa são alguns dos fatores apontados pelos especialistas entrevistados pelo E-Investidor para a valorização constante. Fora isso, a representação forte pela pessoa física de Musk não é uma estratégia inválida, acredita o sócio-fundador da RJ Investimentos, Alexandre Prado. “Os investidores gostam de saber quem são as pessoas físicas por trás das companhias. Isso está ficando claro na política, em todos os setores. Das companhias perdendo força e as pessoas física ganhando, tuitando, falando direto com o investidor”.

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Outro aspecto que torna a Tesla positiva para investir é o fato de ela trabalhar com excelência em energia renovável. “A gente era dominado por petróleo e energia poluente. Agora podemos conversar sobre energia limpa, e isso é muito potente” diz o economista e sócio-fundador da Vitreo, George Wachsmann, que pontua ainda a complexidade da operação, que envolve desafios como uma mudança cultural em relação ao modal e da própria infraestrutura das cidades.

Preço supervalorizado?

Na análise do estrategista de investimentos da Avenue Securities, William Castro Alves, o case da Tesla é um certo exagero. “Tenho um vizinho que tem Tesla, o carro está nas ruas nos Estados Unidos e tem uma identificação com a marca. Mas não sei até quando vai ter. As ações da Tesla são precificadas na perfeição, como se tudo fosse dar certo nos próximos cinco anos”. Apesar de também considerar Musk um visionário, Alves acredita que a sua postura mais atrapalha do que ajuda. “Eu não fico tranquilo sendo sócio dele. Tem uma histeria hype com o nome da Tesla”. Há projeções que indicam que uma única ação da Tesla deve chegar a US$ 4 mil; hoje, os papéis estão negociados a uma média de US$ 1,5 mil, e bateram a máxima histórica na última segunda-feira (20), quando atingiram US$ 1.643.

De acordo com Alexandre Prado, se for analisada apenas a receita da empresa que vem do mercado de automóveis (o que corresponde a 85%), o crescimento de 14% em 2019 não empolga, nem explica o preço. “Se você olhar apenas como automóvel, é uma ação cara. Mas, se olhar como uma empresa de
tecnologia e inovação, o valor se justifica”.

Se associando a Elon Musk

Para ser acionista da Tesla morando no Brasil, o investidor pode comprar BDRs (Brazilian Deposit Recipts), certificados emitidos no Brasil que representam ações de empresas do exterior, ou abrir conta em uma corretora no exterior. A primeira opção é permitida apenas para profissionais ou os chamados investidores qualificados (que têm mais de R$ 1 milhão). A segunda permite que o acionista
aporte o valor que desejar, mesmo que seja apenas uma porcentagem do preço total da ação. Mas atenção: pelos custos da corretagem e impostos, vale a pena investir, no mínimo, US$ 200.

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