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Vale (VALE3) aguarda licença para retomar projeto polêmico de US$ 1,3 bi em Minas Gerais

Proposta, chamada de Apolo, pretende restaurar a capacidade de produção de minério de ferro da empresa na região

Vale (VALE3) aguarda licença para retomar projeto polêmico de US$ 1,3 bi em Minas Gerais
(Imagem: Chalabala em Adobe Stock)
  • Meta do projeto Apolo: produzir 14 milhões de toneladas anuais de minério de ferro, com operações previstas para começar em 2030
  • Empresa diz ter reduzido 32% na área do projeto desde 2009; área proposta não afeta limites do Parque Nacional da Serra do Gandarela
  • Vale espera obter licença de instalação até o início de 2028

A mineradora Vale (VALE3) quer expandir sua produção de minério de ferro e desenvolver uma mina controversa em uma área montanhosa de Minas Gerais conhecida por sua biodiversidade e vida selvagem ameaçada. Como uma das maiores produtoras globais de minério de ferro, a empresa aguarda a avaliação das autoridades ambientais após realizar consultas públicas no final de maio para o seu projeto Apolo, que ficou paralisado por anos. As informações são do Bloomberg.

Os esforços da Vale para retomar seu investimento de US$ 1,3 bilhão já provocaram uma reação nas redes sociais por parte de moradores locais e ambientalistas, que se opõem ao desenvolvimento próximo a um parque nacional.

O projeto Apolo, o mais recente da Vale em Minas Gerais, pretende restaurar a capacidade de produção de minério de ferro da Vale na região, visando uma produção anual de 14 milhões de toneladas. A mineradora espera obter uma licença de instalação no início de 2028 e iniciar as operações cerca de dois anos depois.

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O projeto Apolo está situado na Serra do Gandarela, uma região montanhosa com florestas, espécies ameaçadas e rios cristalinos que abastecem Belo Horizonte. Grande parte da área foi transformada em parque nacional há uma década. O projeto proposto pela Vale está fora dos limites dessa área protegida, segundo a companhia.

“A versão atual traz reduções significativas na área do projeto, no consumo de água e na emissão de carbono. Ocupa uma área 32% menor do que a proposta inicial de 2009, passando de 2 mil hectares para 1.368 hectares. A área do empreendimento também não interfere com os limites do Parque Nacional da Serra do Gandarela, criado em 2014 com uma área de 31.270 hectares, dos quais cerca de 15 mil hectares estão em processo de possível doação pela Vale”, disse a empresa ao reformular o projeto em 2021.

Grandes mineradoras como Rio Tinto e Barrick Gold, assim como desenvolvedores menores a exemplo da Northern Dynasty e Gabriel Resources, enfrentaram desafios similares, com projetos adiados ou cancelados devido a preocupações ambientais. A área do projeto está próxima a algumas das minas mais antigas da Vale e não muito longe de locais de desastres passados com barragens de rejeitos em 2015 e 2019, eventos que causaram perdas humanas, danos ambientais e impactos na reputação global da empresa, sediada no Rio de Janeiro, destaca a Bloomberg.

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