O bitcoin é a maior criptomoeda em valor de mercado (Foto: Adobe Stock)
O bitcoin, assim como outras criptomoedas importantes, recuou nesta segunda-feira, depois de aprofundar perdas durante o fim de semana e voltando a ser cotado abaixo de US$ 90 mil. O movimento acontece em meio ao sentimento de risco abalado nos mercados acionários dos Estados Unidos com persistência dos temores de sobrevalorização das empresas de tecnologia. Por volta das 17h (em Brasília), o bitcoin caía 2,78%, a US$ 86.094,88 e o ethereum perdia 4,85%, a US$ 2.936,67, de acordo com a plataforma Coinbase. Hoje pela manhã, o bitcoin operou sem grande volatilidade, mas passou a cair no começo da tarde, atingindo a faixa de US$ 86 mil. Para o Capital.com, o movimento demonstra um aprofundamento do sentimento de fuga de risco – tendência que também continuava a ser observada em Wall Street.
O fraco desempenho ainda reflete a cautela dos investidores globais diante da proximidade da divulgação do relatório de emprego dos EUA (payroll) referente ao mês de novembro, previsto para ser divulgado nesta terça-feira (16). Os dados são considerados cruciais para calibrar as expectativas do mercado em torno dos próximos passos da política monetária americano.
Além disso, os investidores acompanham nesta manhã os discursos do diretor do Federal Reserve (Fed, o banco central americano) Stephen Miran e do presidente do Fed de NY, John Williams.
Segundo André Franco, CEO da Boost Research, a combinação entre cautela provocada pelas incertezas macroeconômicas e a redução da liquidez típica de fim de ano tende a limitar qualquer movimento de recuperação do bitcoin no curto prazo.
“A pressão de eventos macro (decisões de bancos centrais e dados econômicos chave) normalmente reduz o apetite por ativos voláteis, dificultando um rally acentuado no BTC no curtíssimo prazo, embora a fraqueza do dólar e o ambiente ainda acomodativo de juros possam fornecer algum suporte técnico ao redor da faixa atual”, diz Franco.
Com esse cenário no radar, a expectativa é que o BTC mantenha um viés de baixas nas próximas semanas, com a possibilidade de sofrer correções em direção à faixa dos US$ 80 mil.
“O mais provável é que a pressão vendedora persista, com o Bitcoin testando suportes mais baixos”, diz Guilherme Prado, country manager da Bitget no Brasil.
A expectativa agora é pelo balanço trimestral da Micron, que pode aumentar o pessimismo do setor, afirma o Swissquote. Na semana passada, um dos drivers na piora do sentimento foi o relatório de ganhos da Oracle que, apesar de superar expectativas de especialistas, ainda desagradou o mercado. Para o FxPro, a pressão vendedora observada desde o fim da semana passada interrompeu um movimento de alta que vinha se formando.
Com isso, a previsão é de que o bitcoin volte a ser negociado próximo de US$ 81 mil – apesar de existir “esperança” de uma consolidação prolongada seguida de crescimento e não uma liquidação imediata. No noticiário corporativo, a Strategy comprou cerca de US$ 1 bilhão em bitcoins – cerca de 10.645 tokens – em uma semana. O mercado acompanha, também, o futuro da política monetária dos Estados Unidos, em meio a dois possíveis nomes para assumir como próximo presidente do Federal Reserve (Fed): o conselheiro econômico da Casa Branca, Kevin Hassett, e o ex-diretor do Fed, Kevin Warsh.