O Ibovespa caiu 0,81% na semana, passando de 133.524,18 pontos para 132.437,39 pontos. No período, a oficialização das tarifas impostas pelo presidente norte-americano Donald Trump ao Brasil dominaram o noticiário. O republicano cumpriu a ameaça de taxar em 50% as exportações brasileiras, mas deixou de fora pelo menos 700 itens. Entre eles, alguns que mais preocupavam o mercado brasileiro, como suco de laranja, petróleo e aeronaves. A exceção fez com que empresas que antes amargaram fortes quedas, como Embraer (EMBR3), retomassem fôlego – os papéis da companhia saltaram quase 20% no período, refletindo o alívio tarifário.
Por outro lado, as tensões entre os EUA e o governo brasileiro não diminuíram. Trump colocou o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, na rota da Lei Magnitsky, o que refletiu em preocupações relacionadas ao setor financeiro local. Em especial, a possíveis pressões sobre o Banco do Brasil (BBAS3). O temor é de que a instituição financeira, que realiza pagamentos do funcionalismo público, acabe recebendo algum tipo de sanção se atender Moraes.
Em Nova York, S&P 500, Dow Jones e Nasdaq caíram 2,36%, 2,92% e 2,17%, respectivamente, também na esteira da aversão a risco promovida pela guerra comercial de Trump. O dólar e o euro caíram -0,29% e -1,79% frente ao real na semana, atingindo os R$ 5,55 e R$ 6,42, respectivamente.
Embraer (EMBR3) é maior alta da semana
Os papéis da Embraer (EMBR3) saltaram 19,39% na semana e fecharam o período cotados a R$ 79,05. O otimismo veio após a confirmação de que aeronaves estavam na lista de exceções do governo Trump na aplicação de tarifas de 50% sobre exportações brasileiras. A EMBR3 está em baixa de -2% no mês. No ano, acumula uma valorização de 40,83%.
Em segundo lugar, as ações da Marcopolo (POMO4) subiram 5,71% na semana, aos R$ 8,89, refletindo a boa recepção dos números do 2º trimestre de 2025. A POMO4 está em alta de 7,63% no mês. No ano, acumula uma valorização de 25,56%.
A terceira ação com melhor desempenho da semana no Ibovespa foi a Yduqs (YDUQ3), com uma alta de 5%, aos R$ 13,01, em um movimento de recuperação após perdas recentes. A YDUQ3 está em alta de 0,54% no mês. No ano, acumula uma valorização de 58,27%.
Veja o resumo das principais altas do Ibovespa na semana:
Embraer (EMBR3): 19,39%, R$ 79,05
Marcopolo (POMO4): 5,71%, R$ 8,89
Yduqs (YDUQ3): 5%, R$ 13,01
Banco do Brasil (BBAS3) afunda com corte de projeções e Lei Magnitsky
Os papéis do Banco do Brasil(BBAS3) registraram a pior performance da semana – uma queda de 9,34%, aos R$ 18,35 – em meio a cortes de projeções para os próximos meses, em função de preocupações com a carteira de crédito relacionada ao agronegócio, e com a Lei Magnitsky no radar. A preocupação é de que o BB entre na rota de sanções americanas caso atenda ao ministro Alexandre de Moraes, do STF. A BBAS3 está em baixa de -6,85% no mês. No ano, acumula uma desvalorização de -21,04%.
A CSN (CSNA3) apresentou a segunda maior queda do Ibov no período, com uma derrocada de 8,96%, aos R$ 7,62. As ações caíram em meio a prejuízo de R$ 130,4 milhões no 2º trimestre de 2025 e recomendação de venda pelo Safra. A CSNA3 está em baixa de -4,99% no mês. No ano, acumula uma desvalorização de -14,%.
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Por último, a Ambev (ABEV3) teve o terceiro pior desempenho, com uma queda de 8,76% na semana, para R$ 12,29. A diminuição das vendas de cerveja no 2º trimestre e apresentou receita e volume aquém do esperado. A ABEV3 está em baixa de -1,36% no mês. No ano, acumula uma valorização de 6,59%.
Veja o resumo das principais baixas do Ibovespa na semana: