(Estadão Conteúdo) – O Itaú Unibanco reduziu a expectativa para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) em 2021 e 2022 nesta sexta-feira (12), em revisão mensal de cenário. Para este ano, a mudança foi de 4% para 3,8% e, no próximo, de 2,5% para 1,8%.
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Segundo o banco, o aumento do risco fiscal e a deterioração de condições financeiras impedem a manutenção dos juros em patamares mais baixos e reduz a perspectiva de crescimento adiante. O avanço da vacinação e o crescimento global robusto seguem, segundo o banco, como fundamentos importantes para 2021 e explicam uma revisão menos intensa do crescimento este ano do que em 2022.
O Itaú ainda argumenta que a segunda onda da pandemia de covid-19 e o aumento de medidas de restrição à mobilidade devem levar a queda mais intensa do setor de serviços, mas os impactos sobre a atividade como um todo devem ser mais limitados do que na primeira onda. O varejo e a indústria, diz, devem ser favorecidos pelo auxílio emergencial e pelos estoques baixos. Além disso, as fábricas não devem fechar, como na primeira onda.
No âmbito fiscal, o Itaú salientou que a PEC emergencial foi aprovada no Congresso, “viabilizando uma nova rodada de auxílio emergencial, em troca de uma melhora permanente do marco institucional fiscal”. Com o auxílio e compra de vacinas, os gastos não sujeitos ao teto devem somar R$ 65 bilhões em 2021.
O banco afirma que a principal contrapartida ao auxílio foi a regulamentação dos gatilhos do teto de gastos, que são importantes para a manutenção do ajuste fiscal uma vez terminada a pandemia. Contudo, a expectativa do Itaú é de que só sejam acionados em 2023, quando os gastos obrigatórios chegariam a 95% da despesa primária.
Houve elevação na projeção para o déficit primário em 2022 de R$ 145 bilhões (-1,5% do PIB) para R$ 180 bilhões (-2% do PIB) devido ao crescimento menor previsto. Para 2021, o rombo deve ser de R$ 215 bilhões (-2,5% do PIB). A divida bruta deve ficar em torno de 86% do PIB nos dois anos. “Nesses anos, a dinâmica da dívida tende a ser favorecida por fatores temporários, como um deflator implícito do PIB acima do IPCA e devoluções do BNDES ao Tesouro.”
O Itaú também ajustou o cenário para a taxa de desemprego, passando de 14,2% para 14,3% no fim de 2021 e de 13,3% para 14,2% no fim de 2022. “O crescimento do PIB esperado para 2022 (1,8%) é próximo ao potencial e, portanto, insuficiente para gerar recuo na taxa de desemprego.”