Desde o último sábado (1º), os motoristas começaram a sentir no bolso o impacto do reajuste no preço da gasolina e do diesel no país. A alta nos valores dos combustíveis é reflexo do aumento na alíquota do Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), definido pelos Estados no ano passado.
Com a nova tributação, o ICMS sobre a gasolina subiu R$ 0,10 por litro, elevando o valor de R$ 1,37 para R$ 1,47. O diesel também sofreu acréscimo, passando de R$ 1,06 para R$ 1,12 por litro, um reajuste de R$ 0,06. Por outro lado, o gás de cozinha (GLP) teve uma leve redução de R$ 0,02 por quilo, com a taxa caindo de R$ 1,41 para R$ 1,39.
Conforme o E-Investidor, a decisão sobre o aumento foi tomada em outubro pelo Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz), que reúne representantes dos Estados e do Distrito Federal. Além do impacto do ICMS, os consumidores ainda podem enfrentar novos reajustes caso a Petrobras decida corrigir os preços dos combustíveis para acompanhar o mercado internacional.
7 dicas de ouro para economizar no combustível após reajuste
Fora o reajuste já esperado para fevereiro, diversos elementos, como oscilações no valor do petróleo no cenário global e decisões estratégicas do governo, podem impactar os preços dos combustíveis ao longo do ano. Segundo a análise de um especialista em planejamento financeiro, há uma grande possibilidade de que novas correções sejam aplicadas nos meses seguintes.
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Porém, segundo Antônio Jorge Martins, coordenador de MBAs da da Fundação Getulio Vargas (FGV), a tendência é que os aumentos nos combustíveis sejam contidos em 2025, já que um ano antes das eleições presidenciais costuma haver resistência a medidas que possam impactar negativamente o consumidor.
“Qualquer palavra que se diga com relação ao aumento de impostos impacta negativamente no consumidor e, automaticamente, naquele partido que estará promovendo esse aumento de impostos. Como em 2026 ocorrem as eleições, eu não acredito em aumento de impostos para o ano que vem”, afirma Martins.
Para aqueles que desejam comprar um carro novo, os modelos híbridos são a tendência antes dos carros elétricos atingirem preços mais acessíveis, na visão de Martins. “O que encarece os carros elétricos ainda são as pesquisas e desenvolvimento das baterias, o que embute no preço final maior. A prioridade mundial segue dos veículos híbridos, que é um início do processo de eletrificação plena deles”, finaliza.
Após o reajuste, é importante adotar estratégias para reduzir o consumo e aliviar o impacto no orçamento.
Confira algumas dicas que podem ajudar:
- Troque as marchas corretamente, sem acelerar muito;
- Faça manutenção regular do veículo;
- Use o ar-condicionado com moderação;
- Evite aquecer o motor com o carro parado;
- Reduza o peso do veículo e cheque os pneus;
- Procure reduzir o uso de carro particular: caronas e transporte público são bem-vindos;
- Faça uma reserva financeira para os combustíveis.
Gasolina ou Etanol: o que vale mais a pena?
Em comparação com a gasolina, os valores cobrados pelo etanol parecem ser mais promissores, visto que o preço médio para o País é de R$ 4,24. No entanto, Rafael Schiozer, professor de finanças da FGV EAESP, explica que, de forma geral, o etanol só vale mais a pena quando custa menos de 70% do preço da gasolina.
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Por exemplo, se o etanol ficar em uma média de R$ 4,20 em um carro de consumo de 9,3 km/L, o custo por km fica quase equivalente ao da gasolina, de R$ 0,45. Por outro lado, se o preço do etanol cair para R$ 4, o gasto por km rodado será de R$ 0,43, valendo mais a pena consumir o etanol do que a gasolina.
Veículos movidos a diesel, por sua vez, ainda devem gastar mais ou equivalente em comparação com a gasolina. Para Jeff Patzlaff, planejador financeiro CFP e especialista em finanças comportamentais, a viabilidade do combustível depende do tipo de veículo e da quilometragem rodada.
Colaborou: Gabrielly Bento.