Por muito tempo, certas regras financeiras foram tratadas quase como mandamentos, mas, na prática, a vida financeira raramente é tão preto no branco. Segundo especialistas, muitas dessas “regras de ouro” são, na verdade, diretrizes úteis em alguns contextos, mas contraproducentes em outros.
Veja a seguir 8 regras mais repetidas que merecem ser repensadas ou até ignoradas, segundo Taylor Kovar, planejador financeiro certificado e CEO da 11 Financial, ao Go Banking Rates:
1. Nem toda dívida é inimiga
A máxima “dívida é sempre ruim” pode parecer prudente, mas é simplista. Embora cartões de crédito e empréstimos com juros altos possam ser perigosos, há casos em que contrair dívidas pode ajudar a construir patrimônio.
Conforme Kovar, empréstimos com juros baixos, como financiamentos imobiliários ou empresariais, podem ser ferramentas de alavancagem estratégica.
2. Sempre quitar a casa antes do prazo
Muita gente acredita que quitar o financiamento da casa quanto antes é sinal de inteligência financeira. Mas, para Kovar, essa decisão depende do contexto.
Se você tem uma taxa de juros baixa e não tem uma reserva de emergência ou investimentos para aposentadoria, pode estar usando mal seu dinheiro.
3. Alugar não é jogar dinheiro fora
A ideia de que alugar é desperdiçar dinheiro não se sustenta sempre. Alugar pode ser uma escolha estratégica, especialmente para quem valoriza flexibilidade ou vive em cidades com imóveis supervalorizados.
4. Orçamento não resolve tudo
Fazer um orçamento é essencial, mas não é a solução mágica para todos os problemas financeiros. Segundo Kovar, muitas famílias enfrentam dificuldades não por gastar demais, mas por ganhar pouco ou não terem uma estrutura adequada para lidar com as finanças.
Regras financeiras. Foto: Adobe Stock
5. Esperar o mercado acalmar para investir?
Quando os mercados estão voláteis, é comum ouvir conselhos para “esperar a poeira baixar”. Mas o analista financeiro Robert R. Johnson discorda, a melhor abordagem, defende, é investir com consistência, mesmo diante da instabilidade.
6. Ser conservador demais é um risco oculto
O medo ao risco ao investir é outro comportamento comum, mas que pode ser perigoso. Johnson afirma que muitas pessoas não assumem risco suficiente em seus investimentos, o que pode prejudicar os retornos no longo prazo.
7. Comprar casa não é o único caminho para enriquecer
O mercado imobiliário é tradicionalmente visto como uma forma segura de acumular riqueza. No entanto, Johnson destaca que os custos associados a ter uma casa, como impostos e manutenção, muitas vezes reduzem sua rentabilidade como investimento.
8. Poupar é bom, mas investir é essencial
Economizar é importante, mas investir é o que realmente vai garantir segurança no futuro. A chave, segundo Johnson, está em começar cedo e deixar o tempo e os juros compostos trabalharem a seu favor. Guardar dinheiro sem investir, por outro lado, pode não ser suficiente para garantir uma aposentadoria confortável.
As regras financeiras populares costumam trazer bons princípios, mas segui-las cegamente pode ser um erro. A melhor estratégia, segundo os especialistas, é conhecer bem a própria realidade, ter clareza dos objetivos.