

Recusar um jantar com amigos ou uma viagem em grupo nem sempre é uma decisão simples. Entre o medo de desagradar e o desejo de se sentir incluído, muitas pessoas acabam cedendo a convites e gastando dinheiro fora do orçamento.
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Recusar um jantar com amigos ou uma viagem em grupo nem sempre é uma decisão simples. Entre o medo de desagradar e o desejo de se sentir incluído, muitas pessoas acabam cedendo a convites e gastando dinheiro fora do orçamento.
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Jantares com divisão igual da conta, presentes fora do orçamento e viagens para manter o “grupo unido” são exemplos de situações comuns que escondem um custo financeiro — e emocional.
“Ceder para não decepcionar o outro, quando o orçamento já está apertado, é muitas vezes negar a si mesmo a chance de construir um futuro financeiro mais tranquilo”, alerta Thaisa Durso, educadora financeira da Rico, ao blog Bora Investir da B3.
Enquanto, muitos seguem dizendo “sim” apenas para agradar — mesmo que isso signifique abrir mão dos próprios planos, assumir dívidas ou manter um padrão de vida que não condiz com a realidade. O problema é que esses pequenos “sins” têm um custo — e ele pode ser alto.
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O crescente número de inadimplentes no Brasil revela uma realidade preocupante: milhões de pessoas estão enfrentando dificuldades para manter as contas em dia e preservar sua saúde financeira.
Conforme o Mapa da Inadimplência e Negociação de Dívidas no Brasil, do Serasa, no mês de junho deste ano a inadimplência atingiu mais de 77,8 milhões de brasileiros, representando um aumento de 1,04%, em comparação a maio.
O preço por evitar um “não” vai além do financeiro: ele pode afetar o bem-estar emocional, a saúde e até a qualidade das amizades.
Estar endividado vai além de ter débitos acumulados — é também conviver com a ansiedade, a insegurança e o comprometimento do bem-estar pessoal e familiar.
Ainda conforme dados divulgados pelo Serasa, 83% dos endividados têm insônia e 74% relatam dificuldades de concentração, frequentemente ligados ao esforço para manter um padrão de vida incompatível com a realidade.
Em vez de gastar R$ 200 por mês com saídas sociais fora do orçamento, investir esse valor com consistência poderia transformar a realidade financeira de uma pessoa.
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Segundo uma simulação divulgada pelo blog Bora Investir da B3, ao investir R$ 200 por mês — valor comum em gastos sociais — poderia render mais de R$ 30 milhões em 30 anos, em uma carteira agressiva. Mesmo em uma aplicação conservadora, o valor acumulado chegaria a R$ 1,5 milhão no mesmo período.
Período | CDI médio (1,05%) | Conservador (1,35%) | Moderado (1,68%) | Agressivo (2,29%) |
---|---|---|---|---|
5 anos | R$ 16.773,41 | R$ 18.554,71 | R$ 20.787,10 | R$ 25.821,46 |
10 anos | R$ 48.164,06 | R$ 60.038,58 | R$ 77.271,21 | R$ 126.276,47 |
20 anos | R$ 216.850,92 | R$ 360.148,80 | R$ 647.806,08 | R$ 2.037.466,52 |
30 anos | R$ 807.649,43 | R$ 1.592.014,08 | R$ 4.860.371,90 | R$ 30.963.261,81 |
*Valores brutos. Fonte: Economatica, Rico, divulgação B3.
A saída está no equilíbrio entre honestidade e empatia. Para Thaisa, evitar o assunto ou inventar desculpas pode abalar a confiança mais do que uma recusa sincera.
“Dizer ‘não’, com respeito, é um ato de responsabilidade. Um ‘sim’ impulsivo, motivado por culpa ou constrangimento, pode trazer consequências duras: dívidas, crédito comprometido e, ironicamente, o desgaste da amizade que se queria proteger”, afirma Thaisa.
Mais do que negar um convite, trata-se de afirmar suas prioridades, cuidar do seu dinheiro e da própria saúde financeira. Afinal, amizades verdadeiras resistem a um “não” dito com carinho.
Colaboração: Renata Duque.
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