O movimento também aparece entre os que eram pré-adolescentes. (Foto: Adobe Stock)
O levantamento “Filhos do Bolsa Família”, da Fundação Getulio Vargas (FGV) e desenvolvido em cooperação com o Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social (MDS), traçou o caminho percorrido pelos filhos de famílias atendidas pelo Bolsa Família ao longo dos últimos dez anos.
Adolescentes lideram o processo de independência econômica
Entre todos os grupos analisados, quem era adolescente no início do recorte temporal foi quem mais se distanciou da necessidade de apoio governamental. Jovens de 15 a 17 anos apresentaram a maior taxa de desligamento, ultrapassando 71,25%, de acordo com a Agência Brasil.
A pesquisa aponta que, para muitos deles, o período marcou o ingresso no mercado de trabalho, a conclusão de etapas importantes da educação básica ou a melhora significativa nas condições socioeconômicas familiares, fatores que, somados, facilitaram a transição para uma vida financeiramente mais estável.
Diferenças importantes entre as idades
As demais faixas etárias também avançaram, mas em ritmos diferentes. Entre os jovens que tinham entre 11 e 14 anos naquela época, 68,8% não dependem mais do benefício hoje, segundo a pesquisa “Filhos do Bolsa Família”.
Já entre as crianças com até 4 anos, menos da metade conseguiu romper o vínculo com o programa no período de dez anos, chegando a pouco mais de 41,26%, conforme a Agência Brasil.
Saída do CadÚnico reforça avanço socioeconômico
Para além do desligamento do Bolsa Família, muitos desses jovens seguiram ampliando sua mobilidade social. Mais da metade daqueles que estavam na faixa de 15 a 17 anos em 2014 já não consta no Cadastro Único, que reúne famílias de baixa renda, de acordo com o MDS.
Novas oportunidades entre os mais jovens
O movimento também aparece entre os que eram pré-adolescentes. Cerca de 46,95% deixaram o CadÚnico e aproximadamente 19,10% já conseguiram um trabalho com carteira assinada.
O estudo indica que, para muitos jovens, o Bolsa Família funcionou como porta de entrada para melhores oportunidades. As taxas de desligamento, combinadas ao aumento da formalização no trabalho, sugerem uma quebra gradual do ciclo de pobreza e reforçam que políticas de transferência de renda podem gerar efeitos duradouros.