

Uma nova modalidade de golpe tem feito vítimas por todo o país, explorando justamente um mecanismo criado para protegê-las: o Mecanismo Especial de Devolução (MED), do Banco Central. Trata-se do chamado golpe do “Pix errado” — ou “Pix devolvido” — que começa com uma transferência aparentemente equivocada feita para a conta da vítima.
Com o número de celular usado como chave Pix, os golpistas conseguem localizar facilmente uma conta e enviar um valor pequeno, apenas para iniciar o esquema. Em seguida, entram em contato por WhatsApp ou ligação, alegando que o depósito foi feito por engano e pedindo a devolução do dinheiro.
É nesse momento que a fraude se consolida: em vez de a vítima usar o recurso automático de reembolso disponível em seu banco, acaba seguindo a orientação do criminoso e faz uma nova transferência, agora para outra conta indicada por ele.
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O que poucos sabem é que, ao mesmo tempo, o criminoso aciona o MED junto ao seu banco, alegando que foi lesado pela própria vítima. Resultado: o sistema bloqueia ou retira os valores da conta da vítima e devolve para o golpista, que ainda fica com o montante transferido voluntariamente.
Cai no golpe “Pix errado”, o que fazer?
Conforme matéria do E-Investidor, se você já caiu no golpe, é fundamental acionar o seu banco em até 80 dias após a transação. A instituição deve avaliar o caso e pode aplicar o Mecanismo Especial de Devolução para tentar bloquear os recursos na conta do recebedor.
Esse processo pode durar até sete dias. Se for confirmado que houve fraude, o dinheiro deve ser devolvido em até 96 horas, desde que ainda haja saldo na conta do golpista. Caso não haja recursos suficientes no momento, o banco do remetente deverá monitorar a conta por até 90 dias, realizando devoluções parciais assim que houver saldo.
Vale lembrar que o banco que recebeu o Pix não é obrigado a cobrir o prejuízo com recursos próprios, segundo o Banco Central. Caso o problema não seja solucionado, a vítima pode registrar uma queixa no Procon ou até mesmo recorrer à Justiça.
Como evitar cair nessa armadilha do “Pix errado”?
O primeiro passo é sempre verificar se o valor realmente entrou na conta. Se sim, a devolução deve ser feita exclusivamente por meio da função de reembolso que os bancos oferecem, geralmente identificada como “devolver Pix” ou “reembolsar valor”.
Dessa forma, o dinheiro volta exatamente para a conta de origem, impedindo que o golpista alegue qualquer irregularidade. O importante é nunca fazer uma nova transferência via Pix para outra conta informada, mesmo que a pessoa insista ou diga estar desesperada.
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Colaborou: Renata Duque.