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China: o que esperar do anúncio de novos estímulos fiscais?

As medidas que serão anunciadas neste fim de semana visam reaquecer o consumo e a confiança dos investidores

China: o que esperar do anúncio de novos estímulos fiscais?
China se prepara para anunciar novos estímulos fiscais; investidores aguardam com expectativas elevadas Foto: Adobe Stock

A China está sob os holofotes do mercado financeiro global, à medida que cresce a expectativa de que Pequim revele, em breve, um pacote significativo de estímulos fiscais.

Conforme noticiado pela CNBC, a movimentação ocorre em um momento de incerteza sobre o crescimento econômico do país, que pode não alcançar a meta de 5% estabelecida para este ano. No centro das atenções, o ministro das Finanças, Lan Fo’an, deve conceder uma entrevista coletiva no próximo sábado (12), em que se espera que ele apresente medidas que possam reverter a desaceleração econômica.

O mercado, no entanto, mantém uma postura cautelosa. Após uma recente coletiva de imprensa da Comissão Nacional de Desenvolvimento e Reforma, os investidores ficaram frustrados pela ausência de anúncios concretos de novos estímulos, o que gerou dias de volatilidade nos mercados chineses. As ações propostas até o momento foram vistas como insuficientes para sanar os problemas da economia, que enfrenta uma demanda doméstica fraca e uma crise de confiança entre os consumidores.

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A aposta agora é que Pequim esteja pronta para tomar medidas mais ousadas. Analistas apontam que o governo pode estar vivendo o seu “momento de fazer o que for preciso”, aludindo à possibilidade de que grandes injeções de capital sejam feitas na economia, tanto para revitalizar o mercado imobiliário quanto para estimular o consumo.

Ainda de acordo com o jornal, entre as opções em debate estão a ampliação do déficit fiscal e a emissão de títulos soberanos para levantar recursos. Alguns especialistas preveem que o valor dos estímulos pode variar entre 2 e 10 trilhões de yuans (aproximadamente US$ 282 bilhões a US$ 1,4 trilhão).

Economistas indicam que os estímulos podem incluir cortes de impostos, incentivos para o consumo e apoio direto aos governos locais endividados.

Chetan Ahya, economista-chefe do Morgan Stanley, acredita que o foco do pacote estará em aumentar a demanda interna e aliviar a crise de liquidez no sistema bancário. Ele sugere ainda que uma das principais metas será liberar as economias das famílias, incentivando o consumo por meio de gastos com bem-estar social.

No entanto, enquanto uma parte do mercado espera um pacote robusto, há quem acredite que Pequim adotará uma postura mais gradual, preocupada com os possíveis efeitos de uma medida de grande escala. A injeção de recursos pode ocorrer de forma gradual para evitar a percepção de que a economia do país enfrenta problemas maiores do que o esperado.

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Com esse cenário em mente, muitos aguardam o desenrolar dos próximos dias. As medidas tomadas pela China em relação aos estímulos fiscais terão impacto não apenas em seu mercado interno, mas também em toda a economia global, dada a importância do país como uma das maiores potências econômicas do mundo. O que está em jogo, além do crescimento chinês, é a confiança dos investidores e a estabilidade do sistema financeiro internacional.

Colaborou: Gabrielly Bento.