O recente aumento do dólar em relação ao real tem gerado apreensão entre os brasileiros, que temem sentir os efeitos da alta do câmbio no dia a dia. Mas, afinal, como essa mudança na cotação da moeda americana impacta a vida das pessoas e a economia do país?
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Para entendermos melhor esse cenário, é preciso ter em mente que o dólar, como principal moeda de reserva global, influencia diretamente o preço de diversos produtos e serviços, tanto importados quanto nacionais. Isso ocorre porque muitas empresas brasileiras dependem da importação de insumos, peças e componentes para a produção de seus bens.
Nesta matéria, explicamos que, com a alta do dólar, esses insumos ficam mais caros, o que leva a um aumento no custo final dos produtos. Um exemplo claro é o setor agrícola, que depende muito da importação de fertilizantes. Da mesma forma, a indústria automobilística, que utiliza peças importadas na fabricação de veículos.
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“O dólar é a moeda mais forte do mundo e é por meio dela que são negociadas as principais commodities e os principais produtos do nosso dia a dia. Ou seja, uma alta do dólar faz com que a gente tenha produtos mais caros, que haja inflação”, explica Victor Furtado Pinheiro, head de Alocação da W1 Capital.
No entanto, as consequências não param por aí, conforme mostramos nesta reportagem, em um cenário de dólar alto, a economia brasileira também perde atratividade para os investimentos internacionais, o que pode levar a uma fuga de capitais e pressionar ainda mais o câmbio.
Para conter esses efeitos e controlar a inflação, o Banco Central pode ser obrigado a elevar a taxa básica de juros (Selic). Essa estratégia visa desestimular o consumo ao encarecer o crédito, ao mesmo tempo que busca atrair investimentos externos pela promessa de maiores retornos nos títulos públicos brasileiros.
As expectativas em torno do câmbio e da taxa Selic mudaram recentemente. No início do ano, o mercado previa que o dólar encerraria 2024 na casa dos R$ 5,00, conforme indicava o Boletim Focus. Entretanto, a edição mais recente, publicada na última segunda-feira (1º), revisou essa projeção para R$ 5,05. O Itaú BBA, por sua vez, ajustou suas expectativas para R$ 5,15 até dezembro.
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As previsões para a Selic também sofreram alterações. Nas últimas edições do Boletim Focus, o mercado manteve a projeção da taxa básica de juros em 10,25% ao ano para 2024. Há um mês, essa previsão era de 9,75%.
Colaborou: Gabrielly Bento.