Seja um champanhe de luxo, um vinho californiano raro ou uma garrafa que passou mais de 400 dias no espaço, o mundo dos vinhos finos está se firmando como uma oportunidade de investimento promissora no Brasil. Esse mercado, que mistura paixão e estratégia financeira, ganhou um novo capítulo com o lançamento do fundo Empiricus Oeno Vinhos Finos FIM IE.
O que é o investimento em vinhos?
O conceito de investir em vinhos não é novo, mas ganhou força com a entrada de fundos especializados, como a liderada pela empresa inglesa Oeno.
Leia também
Conforme explicado nesta reportagem, com um histórico de rentabilidade média de 12% ao ano desde 2015, e picos de até 19%, a proposta é atrair investidores profissionais interessados em diversificar suas carteiras em ativos alternativos, conhecidos como passion assets — itens que aliam valor financeiro e emocional.
Critérios para escolher os rótulos certos
Para Justin Knock, um dos poucos especialistas no mundo com o título de Master of Wine (MW), o segredo está em identificar rótulos com potencial de valorização. Esses vinhos são escolhidos com base nos seguintes critérios:
- Excelência regional: Vinícolas que se destacam no seu estilo dentro de uma região, como o champanhe Dom Pérignon 2012, são um exemplo clássico.
- Identidade de marca: Rótulos com uma história sólida e reconhecimento global, como o Philip Togni Cabernet Sauvignon, que combina tradição e inovação no Napa Valley.
- Edição limitada e exclusividade: Garrafas produzidas em pequena escala, coleções verticais de várias safras ou formatos maiores, como magnums, têm alta demanda entre colecionadores.
- Capacidade de envelhecimento: Vinhos que melhoram com o tempo, como o Brunello de Montalcino da vinícola de André Esteves, são apostas seguras para investidores.
- Raridade: Produtos únicos, como a garrafa de Château Petrus 2000 que abriu ao espaço e hoje é avaliada em cerca de US$ 1 milhão.
O mercado brasileiro e seus especialistas
O fundo lançado no Brasil exige um aporte inicial de R$ 50 mil e busca captar até R$ 50 milhões na primeira fase. Ao longo de dois anos, o objetivo é atingir R$ 150 milhões, com um limite de 300 cotistas. Entre os diferenciais oferecidos estão degustação exclusiva e encontros para acompanhar a performance dos investimentos.
Por questões logísticas e tributárias, os investidores brasileiros não podem ficar com as garrafas ao término do investimento. No entanto, é possível participar de fundos internacionais, com a opção de resgatar em garrafas após três anos.
Por que investir em vinhos?
De acordo com Victor Hugo Cotoski, executivo da Oeno, o momento econômico adverso não desestimula o público-alvo desse tipo de fundo de vinho, que busca diversificar seu patrimônio em ativos que obtenham estabilidade e potencial de valorização. “Sabemos que o momento econômico não é dos melhores, mas para o nosso investidor, isso é uma diversificação de patrimônio”, explica Cotoski.
Publicidade
Colaborou: Gabrielly Bento.