A recente valorização do dólar tem despertado tanto preocupações quanto oportunidades no mercado financeiro brasileiro, oferecendo diferentes caminhos para investidores enfrentarem essa volatilidade cambial.
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O aumento da moeda americana, que recentemente atingiu R$ 5,56, impacta o mercado financeiro de diversas maneiras. Para o investidor, entender esses efeitos é crucial para tomar decisões estratégicas e até mesmo proteger seus rendimentos.
Nesta reportagem, mostramos que para quem busca uma alternativa e deseja investir na valorização do dólar, uma das formas mais diretas é por meio de contratos futuros de dólar negociados na B3, a Bolsa de Valores brasileira.
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Segundo Paloma Lopes, economista da Valor Investimentos, existem duas categorias principais: os contratos cheios de dólar (DOL), cada um movimentando US$ 50 mil, e os minicontratos de dólar (WDO), equivalentes a US$ 10 mil por unidade.
Esses últimos são mais acessíveis para investidores com menor capital disponível, não requerendo um montante mínimo para operar, ao contrário dos contratos de US$ 50 mil, que têm um mínimo de 5 contratos, totalizando US$ 250 mil.
“Os contratos cheios são para quem deseja movimentar grandes quantias, pois eles correspondem a uma movimentação de US$ 50 mil por unidade. O mini contrato é indicado para quem vai operar valores menores, pois cada minicontrato vale US$ 10 mil”, explica Paloma.
Especialistas consultados pelo E-Investidor observam ainda que, devido ao alto valor envolvido, a modalidade WDO é mais indicada para quem possui maior capacidade de investimento. Considerando a conversão para reais, é necessário pelo menos R$ 50 mil para adquirir um contrato padrão, o que pode ser inviável para investidores com menor patrimônio.
No entanto, eles alertam que os contratos futuros são produtos de alto risco, demandando experiência e vigilância constante devido à sua volatilidade.
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“O contrato futuro prevê fluxos diários de entrada e saída de recursos e, portanto, deve ser monitorado de forma recorrente. É um produto voltado para investidores mais experientes ou que desejem fazer alguma operação de proteção de carteira”, diz João Piccioni, gestor de fundos da Empiricus Gestão.
Além dos contratos futuros, o E-Investidor explica que há alternativas como investir diretamente na bolsa de valores dos Estados Unidos ou em fundos cambiais. Essas opções oferecem diferentes níveis de exposição ao dólar e exigem análise cuidadosa do perfil de risco de cada investidor.
A alta do dólar impacta diretamente as importações, encarecendo produtos estrangeiros no mercado brasileiro. Por outro lado, beneficia empresas exportadoras, como destaca Bruce Barbosa, analista da Nord: “A empresa que eu mais gosto e que tem receita em dólar é a PetroRio (PRIO3), que exporta petróleo. É uma empresa que apresenta um crescimento muito forte e está negociando 6x o múltiplo preço sobre o lucro (P/L).”
Empresas como a Vale (VALE3) e Petrobras (PETR3; PETR4), que têm receita dolarizada, são vistas como beneficiadas pela valorização da moeda americana, apresentando oportunidades atrativas para investidores interessados em exposição cambial.
Colaborou: Gabrielly Bento.
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