Uma tendência conhecida como “demissão por vingança” (“revenge quitting”) vem ganhando força no mercado de trabalho, impulsionada pela geração Z. Esse fenômeno, que deve alcançar seu auge em 2025, se caracteriza pelo desligamento abrupto de profissionais insatisfeitos com questões como falta de reconhecimento, oportunidades de crescimento e flexibilidade no trabalho.
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De acordo com a Forbes, essa onda de demissões reflete um movimento maior de reivindicação de direitos e exigência de mudanças no ambiente corporativo.
A prática surge como resposta direta ao ambiente tóxico ou desatualizado de muitas empresas, que ainda resistem em implementar modelos de trabalho flexíveis ou em atender às demandas por transparência e inclusão.
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Para Marais Bester, consultor da SHL, afirma que essa é uma forma de retaliação aos empregadores que falham em acompanhar as mudanças no mercado de trabalho.
Quais são os direitos do trabalhador ao pedir demissão?
Para quem decide tomar essa atitude, é fundamental conhecer seus direitos. De acordo com a especialista em treinamento e desenvolvimento Branca Barão, ao E-Investidor, o trabalhador que pede demissão e não tem justa causa tem direito a:
- Saldo de salário: pagamento proporcional aos dias trabalhados no mês da rescisão;
- Férias vencidas e proporcionais: remuneração por férias não gozadas e proporcionais ao período trabalhado;
- 13º salário proporcional: valor correspondente ao período trabalhado no ano da rescisão;
- Aviso prévio: caso o trabalhador decida cumprir o aviso prévio de 30 dias.
A empresa pode descontar o equivalente ao salário de um mês se o empregado não cumprir o aviso prévio, embora essa regra possa ser negociada.
Como uma empresa pode evitar a “Demissão por Vingança”
Para evitar os impactos negativos da “demissão por vingança”, especialistas sugerem que as organizações invistam em práticas como:
- Reconhecimento genuíno: valorizar as contribuições dos funcionários de maneira autêntica;
- Flexibilidade no trabalho: oferecer opções como trabalho remoto ou híbrido;
- Desenvolvimento de lideranças: identificar e preparar líderes com habilidades para inspirar equipes, em vez de promover apenas com base em desempenho técnico;
- Equilíbrio entre trabalho e vida pessoal: executivos devem dar o exemplo para evitar culturas de burnout;
- Oportunidades de progressão: implementar planos claros de crescimento para os talentos da empresa.
Segundo o especialista em liderança Matt Paese, da DDI, é fundamental que os CEOs revisem práticas internas para identificar falhas que podem estar gerando insatisfação.
Por fim, podemos entender que a “demissão por vingança” é um alerta claro para as empresas: evoluir é essencial para reter os melhores talentos e acompanhar as transformações do ambiente de trabalho contemporâneo.
Colaborou: Renata Duque.