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Decisão do Fed afeta negativamente o investidor brasileiro? Especialista responde

O ajuste para baixo foi o primeiro desde que o ciclo de aperto monetário começou, em março de 2022

Decisão do Fed afeta negativamente o investidor brasileiro? Especialista responde
O tão esperado início dos cortes na taxa de juros dos Estados Unidos finalmente aconteceu. Foto: Adobe Stock

Na última quarta-feira (18), o tão esperado início dos cortes na taxa de juros dos Estados Unidos finalmente aconteceu. O Federal Reserve (Fed), banco central americano, decidiu reduzir a Fed Funds em 50 pontos-base para o intervalo entre 4,75% e 5,0%.

O ajuste para baixo foi o primeiro desde que o ciclo de aperto monetário começou, em março de 2022, e o primeiro corte desde 2020, o que fez com que os olhos do mercado global, incluindo o Brasil, estivessem atentos às possíveis mudanças na política monetária americana.

De acordo com Ricardo Tominaga, especialista em investimentos CNPI-T e colaborador de conteúdos educacionais para a Webull, política monetária do Fed influencia diretamente na taxa de câmbio e no fluxo de capitais do Brasil, por isso a alta expectativa. “Com a desaceleração da inflação nos EUA e os cortes nas taxas de juros, o valor do dólar em relação a outras moedas — como o real — pode flutuar significativamente. Um corte nas taxas de juros nos EUA tende a enfraquecer o dólar, tornando os ativos americanos menos atrativos e direcionando o capital para mercados emergentes, onde os retornos podem ser mais elevados”, afirma.

Como o corte do Fed afeta o Brasil?

Por um lado, o especialista em investimentos afirma que essa dinâmica pode causar uma desvalorização do dólar e fortalecer o real, o que reduz a pressão inflacionária causada por produtos e insumos importados – algo positivo para o País.

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No entanto, a valorização da moeda brasileira pode aumentar a volatilidade no mercado de câmbio, criando desafios para as empresas exportadoras e para a competitividade do Brasil no cenário global. “Enquanto o Fed pode estar em um ciclo de cortes, o Brasil parece estar caminhando para uma política monetária mais restritiva, com a projeção de elevação da Selic para 11,25% até o final de 2024. Essa postura conservadora reflete as incertezas econômicas internas e as preocupações com a inflação”, afirma.

Essa discrepância entre a política monetária do Brasil e dos EUA cria um cenário complexo para os investidores: “Com uma Selic elevada, os investimentos em renda fixa tornam-se mais atrativos, desviando o interesse do mercado de ações. Ao mesmo tempo, os ativos brasileiros podem se beneficiar do fluxo de capital estrangeiro em busca de retornos mais altos — o que pode fortalecer ainda mais o real e influenciar a dinâmica da Bolsa”.

Colaborou: Vitória Tedeschi.