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Desastres naturais, como os furacões na Flórida, aumentam o valor dos seguros?

O impacto financeiro das mudanças climáticas é sentido em estados mais vulneráveis de todo o mundo

Desastres naturais, como os furacões na Flórida, aumentam o valor dos seguros?
Desastres naturais: como os furacões na Flórida aumentam o valor dos seguros? Foto: Fotos Públicas

Os proprietários de imóveis nos Estados Unidos estão enfrentando uma escalada nos custos dos seguros residenciais, impulsionada pelo aumento na frequência e intensidade dos desastres naturais.

Segundo o site Bankrate, em 2023, o NOAA National Centers for Environmental Information (NCEI) registrou 28 eventos climáticos de alto impacto financeiro, e até junho de 2024, já haviam sido contabilizados 11. O cenário alarmante, especialmente em estados como Flórida e Califórnia, tem levado seguradoras a revisar suas apólices e a aplicar reajustes expressivos.

A temporada de furacões de 2024, prevista como uma das mais ativas da história, aumenta a necessidade dos proprietários entenderem a cobertura de seus seguros. Com o custo médio de uma apólice residencial nos EUA em torno de US$ 2.230 anuais para uma cobertura de US$ 300 mil, fatores como localização e estado do imóvel influenciam diretamente o valor pago. Moradores de áreas com maior propensão a eventos catastróficos tendem a arcar com mensalidades significativamente maiores.

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A relação entre desastres naturais e o aumento nos custos dos seguros é clara. Seguradoras buscam reduzir seus riscos por meio do resseguro, uma forma de transferir parte de suas responsabilidades a outras empresas especializadas. Contudo, o agravamento das mudanças climáticas fez com que as resseguradoras elevassem suas taxas, pressionando as companhias de seguro, que, por sua vez, repassam esses custos aos clientes.

O impacto financeiro dessas mudanças é particularmente sentido em estados vulneráveis a furacões, incêndios florestais e inundações, como a Flórida e a Califórnia, mas também em diversas outras cidades do mundo que tem sofrido casos semelhantes.

Vale citar que, no Rio Grande do Sul, que sofreu uma catástrofe climática em maio deste ano, a relação de preços e seguros também foi sentida. No mês senguinte a tragédia, por exemplo, proprietários de veículos em todo o país encararam aumentos significativos nos contratos de seguro de automóveis – cerca de 15% de acréscimo em renovações e até 40% em novas contratações.

De acordo com a CBS News, grandes seguradoras, incluindo Allstate e State Farm, já interromperam a renovação de apólices em algumas dessas áreas, e a AAA (American Automobile Association) seguiu o mesmo caminho no estado da Flórida, afetado por fortes tempestades e enchentes. Os moradores são forçados a buscar alternativas com valores ainda mais elevados.

Além das dificuldades em conseguir renovar ou contratar apólices, o aumento nas mensalidades tem sido grande. A Travelers Insurance, por exemplo, foi autorizada a elevar suas taxas em mais de 15% na Califórnia, afetando mais de 320 mil proprietários.

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Essa tendência de aumento dos custos ocorre porque, após um desastre, a escassez de materiais de construção, mão de obra e recursos locais gera uma disparada nos preços de reconstrução, atingindo toda a população, mesmo aqueles que não sofreram danos diretos.

Dessa forma, os desastres naturais não apenas destroem fisicamente regiões inteiras, mas também criam um efeito cascata que pressiona o bolso dos proprietários de imóveis em todo o país. A perspectiva é de que esse cenário continue se agravando, caso as mudanças climáticas não sejam efetivamente controladas.

Colaborou: Gabrielly Bento.