Entrar no mundo dos investimentos é uma decisão que pode transformar a saúde financeira e garantir uma maior estabilidade para o futuro.
Leia também
No entanto, muitos brasileiros, ao entrarem no mercado financeiro, ficam em dúvida sobre onde aplicar o dinheiro de forma segura e rentável, principalmente em um cenário em que poupança e consórcio não são mais as melhores alternativas.
Foi pensando nisso que o E-Investidor separou quatro opções de investimentos que são ideais para quem ainda está dando os primeiros passos.
Como se preparar antes de investir?
Conforme afirma Mellanie Novais, em especial para o E-Investidor, antes de definir onde investir, é essencial ter um bom planejamento financeiro. Isso significa organizar o que entra e o que sai da sua conta mensalmente para saber quanto pode ser destinado aos investimentos. Além disso, é importante eliminar dívidas antes de começar a aplicar.
Publicidade
Nesse sentido, também é importante estabelecer um valor fixo e uma frequência para investir. Não importa se vai ser R$ 50, R$ 100, R$ 200 ou R$ 500: o ideal é manter uma constância de acordo com o orçamento que se tem.
Outro ponto crucial é definir o perfil do investidor. No Brasil, os perfis mais comuns são o conservador, o moderado e o arrojado. O conservador prioriza a segurança, o moderado busca equilibrar risco e estabilidade, enquanto o arrojado se apresenta a correr riscos em busca de maiores rentabilidades.
Por que a poupança e o consórcio não são indicados?
Para o investidor iniciante, o mercado financeiro pode parecer bastante complexo. Para esclarecer em quais aplicações evitar, a especialista em finanças e CEO da Me Poupe!, Nathalia Arcuri, inverteu a lógica e apresentou dicas de onde não investir seu dinheiro, em especial ao E-Investidor.
Poupança
A poupança é uma das formas mais comuns de aplicação financeira no Brasil, mas, segundo Arcuri, ela pode até significar prejuízo em alguns aspectos econômicos. Em 2020, por exemplo, a taxa básica de juros, a Selic, chegou ao mínimo histórico de 2% ao ano. Com isso, o rendimento da poupança foi gravemente afetado.
Em situações em que a Selic está em 8,5% ao ano ou menos, o cálculo da poupança passa a ser 70% da taxa Selic somada à Taxa de Referência (TR), que foi zerada naquele período.
Com isso, a rentabilidade anual da poupança em 2020 foi de apenas 1,40% ao ano, muito abaixo da inflação. Na prática, deixar o dinheiro aplicado na poupança significa perder poder de compra, pois o retorno não acompanha a alta dos preços.
Em momentos de alta da Selic, como em 2022, quando os impostos atingiram 13,75% ao ano, a poupança volta a se tornar uma opção menos desfavorável. No entanto, outras aplicações oferecem rentabilidades mais interessantes, com a vantagem de um retorno superior ao da poupança.
Consórcios
Outro ponto de alerta são os consórcios. Apresentados com frequência como um meio de investimento, eles, na verdade, têm um funcionamento bem diferente.
Publicidade
No consórcio, um grupo de pessoas ou empresas se reúne para contribuir em conjunto, sob a administração de uma empresa especializada, para a compra de bens, como veículos ou imóveis.
Como uma alternativa ao financiamento, o consórcio pode ser atraente para evitar os juros bancários elevados, mas não possui as características essenciais de um investimento, como a valorização do dinheiro aplicado.
Os 4 melhores investimentos para iniciantes:
1. Tesouro Direto
Considerado um dos investimentos mais seguros do país, o Tesouro Direto é um título público que funciona como um empréstimo ao governo. Há três modalidades principais:
- Tesouro IPCA+ — paga a taxa de juros sobre o valor investido, mais a inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA);
- Tesouro prefixado — a rentabilidade final já é acordada no momento da compra do título, ou seja, sabe-se exatamente qual será a taxa de juros paga;
- Tesouro Selic — o investidor recebe a remuneração de acordo com os valores da taxa Selic vigente no vencimento do título.
Por ser garantido pelo governo, o Tesouro Direto é considerado um excelente ponto de partida para quem busca segurança e previsibilidade.
2. LCI (Letra de Crédito Imobiliário)
Para quem deseja investir no setor imobiliário sem comprar um imóvel, o LCI é uma alternativa interessante. Trata-se de um título emitido pelos bancos para financiar o mercado imobiliário. A LCI oferece rendimentos atrativos e isentos de imposto de renda, além de ser protegido pelo Fundo Garantidor de Créditos (FGC).
Contudo, é importante estar atento ao prazo de carência e ao valor mínimo de aplicação, que podem variar conforme a instituição financeira.
3. CDB (Certificado de Depósito Bancário)
Os investimentos feitos em Certificados de Depósito Bancário (CDB) têm como base títulos emitidos pelos bancos, como uma forma de conseguir capital para financiar as atividades de crédito da instituição. Então, também se trata de um tipo de empréstimo que o investidor faz e recebe o juros como rentabilidade. Existem três tipos principais de CDB:
- prefixado — paga juros de acordo com a taxa definida na compra, ou seja, o retorno final já é preestabelecido no momento em que se adquire o papel;
- pós-fixado — esses investimentos têm os valores baseados em uma taxa de referência (geralmente indexada ao CDI);
- mistos — paga uma porcentagem fixa pelos investimentos, mais um valor de juros estabelecido conforme a inflação.
O CDB é uma opção de fácil acesso para iniciantes e pode ser encontrado com prazos e rentabilidades variadas.
4. Fundos de investimento de renda fixa
Em um fundo de investimento, diversos investidores aplicam seu dinheiro em conjunto, formando uma “comunidade financeira”. Essa modalidade é administrada por um profissional que decide onde o dinheiro será aplicado, buscando retornos que beneficiem todos os participantes.
Além de ser uma opção prática para iniciantes, os fundos de renda fixa oferecem uma rentabilidade previsível, ideal para quem busca aprender e evoluir no mercado financeiro.
E para quem quer arriscar mais?
Embora o foco inicial deva ser a segurança, diversificar é uma prática recomendada para quem quer aprender e crescer no mundo dos investimentos. Com o tempo, ações de empresas, resultados e histórico sólido podem compor a carteira e proporcionar melhores retornos, porém, com o alerta de que há sempre riscos a serem considerados.
Colaborou: Gabrielly Bento.
Publicidade