Nos últimos cinco anos, o mercado de apartamentos do tipo studios — imóveis compactos, com menos de 40 m² e sem divisórias internas — tem se consolidado como uma opção rentável para investidores nas grandes metrópoles brasileiras.
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Cidades como São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte assistem a uma expansão significativa desse tipo de empreendimento, que vem atraindo jovens inquilinos e despertando o interesse de investidores, que veem nas unidades compactas uma oportunidade de retorno financeiro rápido e estável.
O crescimento desse mercado é impulsionado por um público específico, composto, em sua maioria, por pessoas entre 20 e 39 anos, solteiras, que buscam independência, conveniência e proximidade ao trabalho ou à faculdade. Segundo um levantamento realizado pela imobiliária digital Quinto Andar a pedido do E-Investidor, a localização central e em áreas nobres é fator decisivo para o sucesso desses empreendimentos, já que a demanda por studios é maior nessas regiões.
Alta demanda e serviços agregados impulsionam investimentos
Nesta reportagem, mostramos que a oferta de serviços diferenciados é outro atrativo que torna os studios uma opção atraente. Além de serem menores e mais acessíveis, os empreendimentos costumam oferecer facilidades como lavanderia compartilhada, estacionamento, academia e, em alguns casos, estações de carregamento para veículos elétricos.
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Serviços adicionais como personal trainer, manicure, minimercado e até armários para compras por delivery, estão cada vez mais presentes, agregando valor à experiência dos moradores de tais imóveis.
Ellen Schaphauser, líder de investimentos da construtora Vitacon, destaca que o segmento tem apresentado um crescimento acelerado. A empresa entregou mais de 1.100 unidades em 2023 e projeta um salto para 3.632 unidades em 2024. Segundo Schaphauser, para atender à crescente demanda, a construtora investe na aquisição de terrenos estratégicos, que hoje somam cerca de R$ 6,5 bilhões em Valor Geral de Venda (VGV).
O aumento da demanda por studios também foi observado pelo Sindicato das Empresas de Compra, Venda, Locação ou Administração de Imóveis Residenciais ou Comerciais de São Paulo (Secovi-SP). De acordo com o sindicato, o número de unidades desse tipo saltou de 561 em 2016 para 2.393 até julho deste ano, com o preço médio por metro quadrado subindo de R$ 8.094 para R$ 14.144 no mesmo período.
Investir em studio é realmente vantajoso?
Flávio Lino, sócio-diretor da construtora Urbic, explica que um dos principais atrativos dos studios é o preço de aquisição, que é significativamente mais baixo em comparação com imóveis maiores. Isso permite que investidores entrem no mercado com um capital inicial menor, o que pode maximizar o retorno em relação ao valor investido.
A alta demanda por locação, especialmente em áreas centrais, também é um dos pontos fortes desse tipo de imóvel. A taxa de ocupação é elevada, o tempo de vacância é reduzido, e os studios se beneficiam de hospedagens de curta duração em regiões próximas a hospitais e centros de eventos, gerando maior valor de locação.
“Investir em studios permite diversificar o portfólio imobiliário com unidades menores, o que pode distribuir o risco e aumentar a estabilidade do retorno total”, afirma Lino.
Rentabilidade e liquidez
Rafael Aguiar, da One Investimentos, ressalta que o retorno sobre investimento (ROI) em studios tende a ser mais atraente do que em outros tipos de apartamentos.
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Isso se deve ao fato de que a proporção do aluguel em relação ao valor do imóvel — o chamado cap rate — é maior em unidades menores, como os studios. À medida que o tamanho do apartamento aumenta, o cap rate diminui, observa Aguiar.
No entanto, ele alerta que é fundamental realizar uma diligência cuidadosa antes de adquirir um studio, especialmente em imóveis usados. “É importante fazer uma boa diligência no caso de compra de usados. E no caso de compra de imóveis em construção, se certificar da reputação e da capacidade de entrega da incorporadora. Pensando especificamente na compra de studios para locação, é importante pesquisar se há demanda para locação na região”, aconselha Aguiar.
Retorno a longo prazo
Laercio Boaventura, sócio-fundador e diretor de investimentos da Vectis, explica que o retorno para investidores pode ser dividido em dois componentes principais: a renda de aluguel e a valorização do imóvel. Para contratos de longo prazo, o retorno gira entre 5% e 6% ao ano, enquanto studios voltados para estadias de curta duração podem gerar rendimentos de cerca de 8% ao ano.
A valorização dos imóveis acompanha a inflação, com um aumento anual que varia de 3% a 8%, dependendo da localização. Boaventura destaca que imóveis novos geralmente demoram entre 18 e 24 meses para se estabilizarem plenamente no mercado, sendo que o retorno total só pode ser medido corretamente após três anos de investimento.
Em suma,investir em studios tem se mostrado uma alternativa promissora no cenário imobiliário brasileiro, especialmente para investidores que buscam alta liquidez e menor custo inicial. No entanto, vale ressaltar que, como em qualquer investimento, é necessário cautela, pesquisa e atenção aos detalhes antes de tomar decisões.
Colaborou: Gabrielly Bento.
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