Juventude ainda enfrenta desafios no mercado de trabalho, mas pesquisa indica um cenário de mudanças. Imagem: Adobe Stock.
Os jovens brasileiros têm mostrado maior participação no mercado de trabalho nos últimos anos. O aumento da atividade econômica e a retomada das oportunidades contribuem para a redução do número daqueles que nem estudam e nem trabalham, conhecidos popularmente como “nem-nem”.
Mesmo em meio a alguns desafios enfrentados pela juventude, pesquisa recente indica que esse cenário da geração “nem-nem” parece estar mudando.
Número de jovens sem emprego em queda
De acordo com levantamento do DIEESE (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos), o número de jovens entre 14 e 29 anos que estavam sem emprego e fora da escola chegou a 8,9 milhões no segundo trimestre de 2025.
Esse grupo representa 17,9% da população jovem, a menor proporção em uma década. Essa redução ocorre em meio a um cenário de mercado de trabalho mais aquecido, favorecendo a reinserção dos jovens.
Aumento do trabalho entre os jovens
Entre 2020 e 2025, a ocupação entre os jovens cresceu consideravelmente. A quantidade de jovens trabalhando, mas sem estudar, aumentou 32% na informalidade e 25% entre aqueles com carteira assinada. Paralelamente, os jovens que conseguem conciliar estudo e emprego tiveram crescimento de 30%. Esses números refletem um cenário em que a juventude está mais ativa, mesmo com desafios ainda presentes.
Desafios persistentes na inserção e remuneração
Apesar da melhora, o desemprego ainda atinge duramente os jovens no início da vida profissional. Por exemplo, entre os jovens de 18 anos, a taxa de desocupação é elevada, atingindo 20,2%. Além disso, o rendimento médio dos jovens trabalhadores é inferior ao de trabalhadores mais velhos.
No entanto, no segundo trimestre de 2025, a média salarial dos 26,8 milhões de jovens ocupados era de R$ 2.314, valor 38% menor que o recebido pelos trabalhadores acima de 30 anos. Os menores salários são observados entre os jovens com menos de 18 anos, cuja média fica abaixo do salário mínimo.
Perfil do emprego do jovem
Os dados também indicam que 69% dos jovens empregados trabalham no setor privado, percentual bem superior ao registrado entre trabalhadores mais velhos, onde essa participação é de 45%.
Além disso, quase metade dos jovens ocupados possui carteira assinada, indicando uma certa formalização no mercado de trabalho, mas ainda distante dos níveis observados em outras faixas etárias. Trabalhadores mais experientes tendem a migrar para o serviço público ou o trabalho por conta própria, refletindo uma busca por estabilidade.