Este é o maior erro que você pode cometer ao realizar apostas esportivas Foto: AdobeStock
Se engana quem pensa que o maior perigo das apostas esportivas está nas probabilidades dos jogos ou nos palpites errados. Especialistas em finanças alertam: o verdadeiro risco mora na ausência de um planejamento financeiro claro. E esse descuido, muitas vezes ignorado, pode causar grandes prejuízos ao bolso dos apostadores.
Jonathan Greeson, consultor financeiro nos Estados Unidos, afirma ao CNBC que um erro comum — e potencialmente desastroso — é não estabelecer um limite de gastos exclusivo para as apostas. Ele explica que muita gente lida com o dinheiro das apostas como se fosse fictício, especialmente ao usar aplicativos. Mas o que as pessoas esquecem é que as perdas são reais e devem ser tratadas como qualquer outro gasto do orçamento pessoal.
A recomendação é simples, mas poderosa: encare o dinheiro apostado como um valor destinado ao lazer, da mesma forma que se faz com saídas para restaurantes ou cinemas. “Seu dinheiro para apostas deve ser incluído no seu orçamento para entretenimento”, alerta Greeson.
A diferença é que, ao contrário dessas atividades, onde os custos são previsíveis, nas apostas é fácil perder o controle — especialmente quando a sorte não colabora.
Scott Baker, professor de finanças da Universidade Northwestern, reforça o alerta. Ele lembra que estatisticamente, a maioria dos apostadores tende a perder parte — ou todo — o dinheiro investido em apostas. O professor afirma que muita gente acredita que está apenas se divertindo, mas quando começam a tentar recuperar o que já foi perdido, entram em uma espiral perigosa.
Essa tentativa de “reverter o prejuízo” pode levar a decisões impulsivas e arriscadas. Sem um limite claro de gastos, é fácil se ver mergulhado em uma sequência de apostas feitas no calor do momento — o que, segundo os especialistas, é um caminho comum para o vício.
Outro ponto importante levantado por Greeson e Baker é a comparação equivocada entre apostas esportivas e investimentos financeiros. Apesar de ambas as atividades envolverem certo grau de risco, o retorno das apostas é, na maioria das vezes, negativo.
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“A aposta esportiva média vai perder cerca de 10% ou mais do seu valor apostado”, compara Baker. “O governo não promoveria contas poupança com taxas negativas de 10%.”
Como se proteger?
O primeiro passo é definir um valor fixo, previamente estipulado, que possa ser usado nas apostas — e respeitar esse limite com rigor. Se o saldo acabar, é hora de parar. Não importa se o campeonato ainda não terminou ou se a “aposta perfeita” parece estar por vir.
Além disso, é fundamental mudar a perspectiva: o dinheiro apostado não deve ser visto como um investimento, mas como um gasto recreativo. Se der lucro, ótimo. Se não der, o valor foi gasto com entretenimento — e precisa caber no seu orçamento.
Por fim, Greeson deixa um conselho que vale ouro, afirmando que se as apostas esportivas deixam de ser divertidas e passam a causar estresse ou preocupação, é sinal de que algo está errado e é o momento de parar.