O BTG Pactual mantém uma visão positiva sobre a Petrobras. Imagem: Adobe Stock.
A Petrobras(PETR3; PETR4) voltou a chamar a atenção do mercado com as discussões sobre os dividendos que deve pagar nos próximos meses. Para quem investe em ações, os dividendos são um dos principais retornos que se pode ter. Mas entender quanto e quando a estatal vai distribuir depende de vários fatores, como o preço do petróleo, os investimentos planejados e o novo Plano de Negócios da companhia.
Nos últimos anos, a empresa tem mostrado capacidade de gerar caixa, mas o cenário global do petróleo e as escolhas estratégicas da gestão vão definir se esses pagamentos se manterão atrativos para os acionistas.
O que são dividendos
De acordo com o site Bora Investir da B3, os dividendos são a parte do lucro que uma empresa decide distribuir aos acionistas. Diferente da valorização da ação, que depende do mercado, os dividendos oferecem um retorno direto em dinheiro para quem investe.
Como os dividendos da Petrobras podem se comportar em 2025?
De acordo com reportagem do E-investidor, o BTG Pactual mantém uma visão positiva sobre a Petrobras, mas ressalta que o otimismo depende da revisão do Plano de Negócios 2026-30.
O plano atual considera um preço do barril de US$ 83, enquanto a média do ano tem ficado em torno de US$ 70. Se o petróleo se mantiver próximo de US$ 60, será necessário ajustar investimentos e cortar gastos para que os dividendos continuem fortes.
Flexibilidade nos investimentos
Segundo os analistas Luiz Carvalho, Gustavo Cunha e Bruno Henriques, cerca de 78% dos US$ 19,6 bilhões previstos para 2026 já estão em projetos aprovados, o restante pode ser ajustado. Cada corte de US$ 1 bilhão em investimentos ou custos operacionais pode aumentar os dividendos em 0,5%.
Essa flexibilidade permite que a Petrobras mantenha os pagamentos mesmo em um cenário de petróleo mais barato e riscos maiores para os investidores.
Produção e resultados do terceiro trimestre
A produção de petróleo é o principal motor dos resultados e deve sustentar um Ebitda de US$ 11,3 bilhões no terceiro trimestre de 2025, alta de 10,8% em relação ao trimestre anterior, de acordo com os analistas Regis Cardoso e João Rodrigues. Apesar disso, o lucro líquido deve cair 8,5%, para US$ 4,3 bilhões.
A produção cresceu 8%, atingindo 2,5 milhões de barris por dia, mas as vendas, que determinam a receita, podem ter defasagem em relação à produção.
Dividendos e retorno aos acionistas
A XP Investimentos estima que a Petrobras deve distribuir US$ 2,3 bilhões em dividendos, com rendimento de 3,3% sobre as ações.
Para o BTG, a estatal precisa oferecer retornos cerca de 5 pontos percentuais acima das grandes petroleiras globais para manter a atratividade.
O balanço que será divulgado em 6 de novembro deve mostrar se a empresa consegue equilibrar produção, investimentos e pagamentos aos acionistas, garantindo lucros consistentes mesmo em cenários desafiadores.