Presente no dia a dia da maioria dos brasileiros, o café é mais do que uma simples bebida, é quase um ritual. Seja para começar bem a manhã, acompanhar uma boa conversa ou encarar uma jornada de trabalho, o cafezinho ocupa um lugar especial na rotina do país.
Mas, nos últimos tempos, o prazer de tomar um café ficou mais caro. A boa notícia? Esse cenário pode estar prestes a mudar.
Após meses de altas expressivas no preço do produto para o consumidor, o mercado começa a sinalizar um movimento de queda. Segundo a mais recente edição do relatório Visão Agro, do Itaú BBA, o valor do café deve recuar nos próximos meses.
O café moído acumulou alta de 77,88% nos 12 meses encerrados em junho. Apesar do avanço, o ritmo de aumento diminuiu: a inflação do produto caiu de 4,59% em maio para 0,56% em junho.
Conforme o blog Bora Investir da B3, a expectativa de recuo está ancorada nas projeções do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), que estima uma produção de 40,9 milhões de sacas de café arábica e 24 milhões de sacas de robusta para a safra brasileira 2025/26.
Esse aumento da oferta deve permitir à indústria a recomposição dos blends de café, com maior presença do grão robusta, alternativa mais barata e que foi limitada nos últimos anos por quebras de safra no Brasil e no Vietnã.
Apesar do cenário positivo, o relatório do Itaú BBA alerta para fatores que ainda podem gerar instabilidade no mercado. A nova legislação europeia antidesmatamento (EUDR), por exemplo, pode incentivar importadores a antecipar compras, pressionando a demanda. Além disso, a volatilidade do câmbio continua sendo um ponto de atenção.
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Outro fator recente é a imposição de tarifas sobre o café por parte dos Estados Unidos, anunciadas pelo presidente Donald Trump.
Em resumo, o preço do café pode, sim, começar a cair para o consumidor, mas a queda dependerá de uma série de fatores internos e externos e acontecerá gradativamente. O momento é de atenção e, para quem ama café, de esperança.