A chegada de um filho é um momento de grande alegria, mas também de grandes responsabilidades e desafios, principalmente financeiros. A chegada de um bebê transforma a rotina e exige adaptações emocionais e financeiras. No entanto, nem sempre as famílias se planejam para lidar com as despesas inesperadas que surgem desde o nascimento.
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Além de ser uma fase cheia de descobertas, o início da vida infantil também é marcado por gastos essenciais que pesam no orçamento, especialmente em cenários econômicos difíceis.
De acordo com esta matéria do E-Investidor, a história da artesã Jovana Nogueira e do metalúrgico Fabiano Favero ilustra bem essa realidade. Durante a crise econômica de 2015, o casal foi surpreendido com a notícia da terceira gravidez, mas logo perceberam que não estavam financeiramente preparados.
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“Estava nos nossos planos ter um filho, mas não estávamos tão preparados financeiramente. Tínhamos acabado de casar e depois de dois meses engravidei. Mas o grande problema foi o momento que o País estava vivendo. Durante a minha gestação as preocupações só aumentavam e o desemprego batia na porta”, relembra Jovana. Naquele período, as montadoras de veículos — setor em que Fabiano trabalhava — enfrentaram crises severas, ampliando a insegurança financeira da família.
O especialista em finanças pessoais Adriano Gomes, sócio da Méthode Consultoria, explica que imprevistos desse tipo são comuns. Por isso, ele recomenda que os pais se organizem financeiramente desde cedo, mesmo que a renda seja limitada. “É muito comum os pais não terem plano de saúde, mas a criança sim. Eu tenho visto inclusive pessoas com menor poder aquisitivo se planejando para oferecer um plano de saúde a seus filhos. Afinal, o mais importante é a manutenção da vida dessa criança”.
Qual o gasto básico de um filho até os 5 meses de vida?
Um dos maiores desafios enfrentados pelos pais logo nos primeiros meses é lidar com os custos médicos. Embora o Sistema Único de Saúde (SUS) ofereça a maioria das vacinas essenciais, algumas, como a imunização contra a meningite B, precisam ser pagas. Cada dose dessa vacina custa cerca de R$ 580, totalizando R$ 1.159,82 para o ciclo completo.
Segundo a pediatra Denise Schoeps, chefe do departamento de pediatria da Faculdade de Medicina do ABC (FMABC), embora seja um investimento alto, é essencial para garantir a saúde do bebê. “Depois do primeiro ano o número de vacinas diminui e todas outras podem ser feitas no sistema público”, destaca a especialista.
Outro fator que pode influenciar nas despesas é a alimentação. Embora o leite materno seja, em teoria, a base da nutrição do bebê nos primeiros meses, nem sempre a amamentação é possível, como aconteceu com Jovana. Nesse caso, a fórmula infantil entra na lista de gastos, exigindo ainda mais controle sobre o orçamento.
Ao final, as contas revelam a realidade: criar um bebê até os cinco meses de vida implica um custo de R$ 2.509,86. Esse valor inclui alimentação, fraldas, plano de saúde e vacinas. Embora o nascimento de um filho seja uma fase desafiadora financeiramente, a organização pode ajudar as famílias a aproveitar cada momento desse início de vida — sem abrir a mão da segurança e do bem-estar dos pequenos.
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Colaborou: Gabrielly Bento.