A variação no preço da cesta básica serve como termômetro. Imagem: Adobe Stock.
Mesmo com a queda no preço da cesta básica em boa parte do país, o custo para se manter alimentado continua alto. A mais recente pesquisa do Dieese, feita em parceria com a Conab, revela que os alimentos básicos ficaram mais baratos em 24 das 27 capitais brasileiras em agosto. Ainda assim, o valor necessário para cobrir todas as despesas de uma família vai muito além do salário mínimo atual.
Com base no valor da cesta básica mais cara, registrada em São Paulo (R$ 850,84), o Dieese calculou que o salário mínimo necessário para suprir os custos essenciais de uma família de quatro pessoas deveria ter sido de R$ 7.147,91 em agosto, diz a pesquisa. Esse valor cobre gastos com alimentação, moradia, saúde, educação, e todas as despesas essenciais no cotidiano.
O número é 4,71 vezes maior do que o salário mínimo oficial, que hoje é de R$ 1.518. Essa diferença escancara a defasagem entre a renda da maioria dos trabalhadores e o custo real de vida no país.
Capitais onde se gasta menos para se alimentar
Apesar do alto custo em capitais como São Paulo, algumas cidades registraram os menores valores da cesta básica no mês:
Aracaju – R$ 558,16;
Maceió – R$ 596,23;
Salvador – R$ 616,23;
Natal – R$ 622,00.
Esses valores mostram uma disparidade regional significativa no custo da alimentação, embora todos ainda representem um peso no orçamento das famílias.
Itens que influenciaram na queda dos preços
Produtos como tomate, feijão, café e carne bovina puxaram a média para baixo. O tomate, por exemplo, teve queda em 25 capitais; o café ficou mais barato em 24; o feijão-preto caiu em todas as cidades onde é consumido; e a carne bovina teve redução em 18 capitais.
A variação no preço da cesta básica serve como termômetro para entender o impacto direto no bolso do trabalhador. Mesmo com as recentes quedas, os custos continuam altos em relação ao salário mínimo. O dado mais importante da pesquisa é claro: a renda atual não é suficiente para garantir o básico.