A melhora na renda média está diretamente ligada à redução da taxa de desemprego. Imagem: Adobe Stock.
A estrutura socioeconômica brasileira é dividida em faixas de renda, e compreender o perfil da classe D é essencial para analisar os desafios da inclusão social e do crescimento econômico. Esse grupo representa uma parcela significativa da população e é composto, em geral, por famílias com orçamento limitado, que vivem com pouca margem para imprevistos ou consumo além do básico.
Segundo dados da tabela do IBGE, divulgados pelo portal Bora Investir da B3, estudos apontam que a classe D abrange domicílios com renda mensal total de até R$ 3.500 e, atualmente, cerca de 49,9% da população brasileira se enquadra nessa faixa. Apesar das variações nas definições, a característica principal dessa classe é a renda apertada e a instabilidade econômica.
Outros dados, divulgados pela Agência Brasil em março de 2025, revelam que o rendimento médio mensal do trabalhador brasileiro alcançou R$ 3.378, sendo o maior valor registrado em mais de dez anos. Essa elevação reflete uma recuperação gradual do mercado de trabalho, especialmente no setor formal, e o impacto positivo de políticas econômicas mais estáveis.
Emprego formal e desemprego em queda
Conforme o IBGE, o cenário de melhora está atrelado à redução da taxa de desemprego, que caiu para 6,2% em maio, e ao crescimento do número de trabalhadores com carteira assinada, que ultrapassou 39 milhões. Esse movimento beneficia especialmente a base da pirâmide social, dando a famílias da classe D uma chance maior de estabilidade financeira.
Apesar dos avanços, a classe D ainda enfrenta dificuldades para manter um padrão de vida digno. O acesso ao consumo é limitado, e boa parte da renda é comprometida com moradia, alimentação e transporte. Mesmo assim, a formalização do emprego e o aumento da renda média abrem espaço para uma possível ascensão para classes mais altas. No entanto, essa transição costuma ser lenta e instável, especialmente diante da falta de segurança financeira.