Warren Buffett revela os 2 critérios que usa para contratar líderes
O sucesso da Berkshire Hathaway não se apoia apenas em bons negócios, ele é sustentado, principalmente, por pessoas certas ocupando os lugares certos. Warren Buffett, o bilionário à frente da companhia, sempre deixou claro que bons líderes não surgem por acaso.
Para ele, os mais eficazes são aqueles que sabem para onde vão e se comprometem com a formação dos que virão depois.
Durante um encontro anual com acionistas em 2015, em conversa com Susie Gharib, da Fortune, Buffett resumiu bem o que acredita ser essencial para guiar pessoas:
“Você precisa ter uma visão clara de para onde está indo, para que outros o sigam.” De acordo com a entrevista realizada na ocasião, essa visão é fundamental para inspirar confiança e engajamento nos times.
Na mesma ocasião, afirmou que não há falta de talentos prontos para assumir responsabilidades dentro da empresa: “Não há escassez.”
Esse comprometimento com a formação de líderes vem, segundo ele, de uma cultura organizacional forte. Tanto ele quanto Charlie Munger, vice-presidente da companhia à época, foram intencionais ao transmitir valores e direcionamentos por meio de discursos, textos e exemplos.
“No final, queremos que as pessoas adotem a cultura da Berkshire”, disse Buffett.
Liderança: um dom, uma habilidade ou os dois?
Buffett acredita que a liderança nasce tanto de características inatas quanto de aprendizado. Quando questionado se um bom líder se faz ou se nasce pronto, ele explicou: “Acho que é uma combinação dos dois. Algumas pessoas têm qualidades de liderança inerentes, mas acho que também se pode aprender muito.”
Escolher as pessoas certas desde o começo
Ao longo das décadas, Buffett e Munger sempre valorizaram um princípio simples, mas poderoso: é melhor trabalhar com gente boa do que tentar “consertar” más contratações.
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Em uma entrevista concedida a Fortune em 2014, a jornalista Pattie Sellers destacou que a Berkshire evita comprar empresas mal administradas, ao contrário do que fazem muitos investidores. Ela comentou: “Muitas pessoas gostam de comprar boas empresas com gestores ruins e depois substituí-los.”
Buffett foi direto ao explicar por que essa estratégia não funciona para ele: “Tentamos isso, com resultados previsíveis.”
Ele complementou: “A vida é muito mais divertida quando se trabalha com pessoas que já são boas por natureza, em vez de gastar energia tentando transformar maus gestores em bons. Quer dizer, quem quer passar a vida tentando mudar as abordagens naturais das pessoas?”
Sua analogia com relacionamentos pessoais resume bem sua visão: “Casar com alguém para mudá-lo é loucura. E eu diria que contratar alguém para mudá-lo é igualmente loucura, e se tornar sócio dessa pessoa para mudá-la é loucura.”
O tripé das contratações: integridade, inteligência e energia
Buffett compartilhou em 1998, durante uma palestra na Universidade da Flórida, que ao buscar candidatos, três traços são essenciais: integridade, inteligência e energia. E se faltar o primeiro, os outros dois podem ser um risco. “Se não tiverem integridade, você os quer burros e preguiçosos.”
O maior perigo: gestores ruins com boa aparência
Mesmo em tempos mais recentes, Warren Buffett continuou a alertar sobre os riscos da má liderança. Em uma assembleia de acionistas em 2021, ele foi enfático ao falar sobre o impacto negativo de gestores incompetentes: “Você tem um homem ou uma mulher no comando, eles são simpáticos, os diretores gostam deles, eles não sabem o que estão fazendo. Mas sabem como se comportar. Esse é o maior perigo.”