

Por Daniel Rocha
22/07/2025 | 9:21 Atualização: 22/07/2025 | 17:55

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O dólar hoje fechou com leve alta de 0,04%, cotado a R$ 5,5670, nesta terça-feira (22). A volatilidade do câmbio, que chegou a cair no meio da sessão, pode estar relacionada às incertezas em torno dos desdobramentos da crise diplomática entre os Estados Unidos e o Brasil. Ontem, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) subiu o tom contra o republicano e disse que o Brasil não está em uma guerra tarifária com os EUA, mas que poderia começar caso o chefe da Casa Branca não mude de opinião sobre as ofensivas contra o País.
“Nós não estamos em uma guerra tarifária. Guerra tarifária vai começar quando eu der uma resposta ao Trump, se ele não mudar de opinião. As condições que o Trump impôs não foram condições adequadas”, disse Lula em conversas com jornalistas, no Chile. Desde o dia 9 de julho, quando as taxas de 50% sobre os produtos brasileiros foram anunciadas, o Brasil tenta negociar com o governo americano para evitar que as tarifas entrem em vigor no dia 1º de agosto. Até então, as negociações permanecem estagnadas, segundo o governo brasileiro. Enquanto não há avanço, a equipe econômica busca medidas para mitigar os danos causados pelas medidas protecionistas de Trump aos setores prejudicados. Segundo o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, propostas devem ser apresentadas ao presidente Lula nesta semana.
Já no exterior, os mercados repercutem o artigo publicado pelos ex-presidentes do Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA) no The New York Times. Ben Bernanke e Janete Yellen defenderam a independência do órgão em meio aos ataques constantes do presidente americano e de seus aliados ao presidente do Fed, Jerome Powell. “Elas [as ameaças] prejudicam não apenas o Sr. Powell, mas também todos os futuros presidentes e, de fato, a credibilidade do próprio banco central”, escreveram.
Na última semana, circularam na imprensa norte-americana rumores de que o republicano teria consultado deputados aliados para saber se havia possibilidade de demitir Powell do seu cargo como presidente do Fed. Trump negou qualquer intenção de mudar a presidência do Fed diante da repercussão, mas aproveitou o esclarecimento para criticar o chefe do BC americano. “Ele cortou os juros para ajudar os democratas. Powell é terrível! Já perdemos muitos dólares”, disse o presidente americano no Salão Oval da Casa Branca.
Na segunda-feira (21), o dólar encerrou o dia em queda de 0,40%, cotado a R$ 5,5650. No entanto, a valorização do real frente à divisa americana não é exclusividade apenas da moeda brasileira. Dados da Elos Ayta Consultoria mostram que o dólar tem perdido força em 24 das 27 principais economias do mundo desde o dia 20 de janeiro, quando Trump assumiu a presidência dos EUA. A maior desvalorização da divisa americana foi diante do rublo russo, com recuo de 23,40%. Logo depois, aparecem as quedas frente à coroa sueca e ao franco suíço, com perdas de 13,66% e 13,04%, respectivamente.
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“Esse movimento é expressivo e carrega implicações econômicas relevantes. A queda generalizada do dólar tende a impulsionar mercados emergentes, facilitar o alívio de dívidas externas e estimular as bolsas de valores, como já apontado em relatório anterior da própria consultoria”, diz Einar Rivero, CEO da Elos Ayta Consultoria e responsável pelo levantamento.
Com informações do Broadcast
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