O Banco Central está muito confortável com o ritmo de aperto monetário que adotou, disse nesta quinta-feira a diretora de Assuntos Internacionais e de Gestão de Riscos Corporativos da autarquia, Fernanda Guardado, em referência à alta de 1 ponto nos juros básicos que foi aplicada nas últimas reuniões do Comitê de Política Monetária (Copom).
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Em evento online promovido pela XP, ela afirmou que os modelos internos do BC mostram que, com esse ritmo, o BC entregará a inflação na meta no ano que vem, compromisso que ela reiterou que está sendo perseguido com afinco.
O BC tem sinalizado que deverá novamente subir os juros nesta magnitude na próxima reunião do Copom, que acontece no fim deste mês. Atualmente, a Selic está em 6,25% ao ano.
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“Não está fora da mesa (a adoção de uma mudança), mas estamos muito confortáveis no momento com o ritmo que escolhemos. Estamos muito confiantes que esse ritmo, nossas ações, nosso ciclo serão suficientes”, disse ela.
A diretora ressaltou que setembro e outubro devem ser os meses de pico para a inflação acumulada em 12 meses, que depois deverá trilhar um caminho descendente rumo à meta em 2022, que é de 3,5%, com margem de tolerância de 1,5 ponto para mais ou para menos.
Enquanto o BC projeta, em seu cenário base, um IPCA de 3,7% no ano que vem, o mercado vê, segundo o boletim Focus mais recente, inflação de 4,17%.
Refletindo as persistentes pressões sobre os preços na economia brasileira, o IPCA registrou alta de 10,25% nos 12 meses até setembro, batendo em dois dígitos pela primeira vez desde fevereiro de 2016 e ficando muito acima da meta para o ano, que é de 3,75%, com banda de tolerância de 1,5 ponto.
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Nesta quinta-feira, a diretora procurou esclarecer que o BC está olhando tanto para 2022 quanto para 2023 no seu horizonte relevante de política monetária, como é próprio de seu mandato. Mas isso não significa que jogou a toalha em relação à convergência da inflação para a meta no ano que vem.
“Claro que estamos olhando para 2022 e 2023 também, mas percebemos que essa janela móvel vinha sendo de alguma forma interpretada por alguns participantes do mercado como uma desculpa para abandonar a meta em 2022. E isso não é o que está na nossa cabeça”, afirmou ela.
De acordo com a diretora, foi por essa razão que o BC passou a dar foco em 2022 em sua comunicação.
“Acreditamos que o que estamos fazendo, o atual ritmo e o ciclo de aperto que estamos mirando serão suficientes para trazer a inflação para a meta no ano que vem”, afirmou ela.
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