Trabalhador consulta informações do PIS/Pasep pelo aplicativo da Carteira de Trabalho Digital. (Foto: Adobe Stock)
O calendário oficial de pagamentos do abono salarial PIS/Pasep 2026 foi aprovado nesta semana pelo Conselho Deliberativo do Fundo de Amparo ao Trabalhador (Codefat). Os primeiros a receber o benefício serão os trabalhadores nascidos em janeiro, com liberação a partir de 15 de fevereiro de 2026 – pagamento segue disponível até o último dia útil bancário do mês.
A partir daí, o cronograma avança mês a mês conforme a data de nascimento: aniversariante de fevereiro recebe em março, e assim sucessivamente, até os nascidos em dezembro, que terão acesso em agosto. Segundo o Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), 26,9 milhões de trabalhadores serão beneficiados em 2026, exigindo do governo um montante de R$ 33,5 bilhões em pagamentos.
Caso o beneficiário tenha dúvidas sobre data, valor e banco para saque, a partir do dia 5 de fevereiro a pasta disponibilizará as consultas no aplicativo da Carteira de Trabalho Digital, no Portal Emprega Brasil (Gov.br) ou via ligação no telefone 158.
Somente em 2025, o governo pagou R$ 30,7 bilhões em abono salarial divididos entre 26,3 milhões de trabalhadores. Entretanto, uma parcela dos contribuintes que tem direito ao abono do Programa de Integração Social (PIS) e do Programa de Formação do Patrimônio do Servidor Público (Pasep) não resgatou o montante em 2025, deixando acumulado nos cofres públicos R$ 161 milhões não resgatados.
Atenção: se você tem qualquer valor a ser resgatado, pode efetuar o saque até o dia 29 de dezembro desse ano.
Quem tem direito ao abono salarial?
Para ter acesso ao montante, o empregado deve fazer um check-listnas categorias obrigatórias exigidas pelo MTE. São elas:
Ter cadastro no PIS/Pasep há pelo menos cinco anos;
Ter remuneração média de até dois salários mínimo no ano-base (se o funcionário se cadastrou em 2021, piso é de R$ 1.100,00, logo o ordenado mensal não poderia passar de R$ 2.200,00 – a lógica se repete para os anos anteriores);
Ter trabalhado por no mínimo 30 dias, consecutivos ou não;
Ter as informações pessoais corretamente registradas pelo empregador na Relação Anual de Informações Sociais (RAIS) ou eSocial.
Ou seja, para funcionários de empresas privadas, o pagamento do abono será realizado pela Caixa Econômica Federal, já para funcionários públicos, o valor é entregue pelo Banco do Brasil (BBAS3), feito prioritariamente por crédito em conta bancária, transferência via TED ou Pix – na ausência de conta corrente, o saque do abono deve ser realizado presencialmente nas agências do BB.
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Já para os que se enquadram no PIS, para sacar o dinheiro o colaborador pode escolher entre quatro opções na Caixa. Primeiro, por crédito quando o trabalhador possui conta corrente, poupança ou conta digital, ou até, como segunda opção, em Conta Poupança Social Digital, aberta automaticamente pela Caixa e movimentada pelo aplicativo Caixa Tem.
A terceira possibilidade seria em caixas eletrônicos, lotéricas ou correspondentes Caixa Aqui utilizando o Cartão Social; e a quarta possibilidade envolve a ida física à uma agência Caixa, apresentando um documento oficial de identificação.
Qual o valor do abono salarial?
De acordo com a Caixa, o valor é proporcional ao tempo de serviço do trabalhador no ano-base do abono salarial do PIS/Pasep. O cálculo do valor do benefício corresponde ao número de meses trabalhados no ano-base multiplicado por 1/12 do valor do salário mínimo federal vigente na data do pagamento.
Por exemplo, um funcionário tenha exercido atividade com carteira assinada por 7 meses no ano-base (devido a regra de 5 anos, em 2026 esse colaborador deve ter exercido sua profissão de 2021 para trás). Como a regra considera o mês integral todo período igual ou superior a 15 dias, o cálculo do abono salarial será:
Valor mensal do abono: R$ 1.518,00 ÷ 12 = R$ 126,50;
Meses trabalhados: 7;
Valor total do benefício: 7 x R$ 126,50 = R$ 885,50.
Esse trabalhador receberá R$ 885,50 de abono salarial.
Caso o empregado tenha atuado durante os 12 meses do ano-base, o valor do abono será integral, correspondente a 1 salário mínimo vigente, ou seja, R$ 1.518,00.
Como utilizar de forma inteligente o seu abono salarial
As famílias podem utilizar estratégias para usar o pagamento do abono salarial de forma mais eficiente. Camila Poltonieri Flaquer, head de Cobrança Digital da Recovery fornece algumas dicas:
Estratégia
Descrição
Pagamento de contas básicas em atraso
Utilizar o benefício para quitar contas essenciais, como água, luz ou gás, garantindo o fornecimento desses serviços.
Priorizar dívidas com juros elevados
Focar no pagamento de débitos como cartão de crédito ou cheque especial, reduzindo o impacto dos altos juros.
Criar ou reforçar uma reserva de emergência
Destinar parte do valor para formar uma poupança, oferecendo segurança para enfrentar situações imprevistas.
“O PIS/Pasep pode ser um grande aliado na organização financeira. Para quem tem dívidas, o valor pode ser usado para quitá-las ou renegociá-las, priorizando as de juros altos, como cartão de crédito. Instituições como a Recovery ajudam nesse processo. Já quem está com as contas em dia pode aproveitar o abono para criar ou reforçar uma reserva de emergência, garantindo mais segurança financeira no futuro”, acrescenta Flaquer.
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Cada família possui uma realidade financeira única, o que torna difícil estabelecer uma regra geral sobre o uso do benefício do PIS/Pasep. No entanto, para a maioria das famílias, especialmente em tempos de crise, esse recurso tem um papel significativo como complemento para cobrir gastos essenciais.
“Esse recurso pode ser direcionado para despesas mais urgentes, como contas de energia e água, medicamentos ou alimentação, ajudando a aliviar a pressão financeira temporariamente”, finaliza Flaquer, sobre o abono salarial PIS/Pasep 2026.