Segundo Dalton Gardimam, economista-chefe da Ágora Investimentos, o Governo trabalhou seis meses em um novo arcabouço fiscal, que é pior do que o antigo modelo do teto de gastos. O especialista, que discursou durante o Women Invest Summit, congresso de mulheres investidoras que ocorre nesta quinta-feira (28) em São Paulo, também compartilhou sua preocupação com a capacidade de o Executivo conseguir chegar ao déficit zero, meta projetada para o ano que vem.
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“Substituímos algo que funcionava por algo que talvez funcione, agora precisamos arrecadar muito para fechar em déficit zero. Nos melhores dos cálculos, teremos um déficit de R$ 100 bilhões”, afirma Gardimam. Apesar destas questões, o economista reafirma que a bolsa brasileira está “extraordinariamente” barata, com um preço/lucro de apenas oito vezes. Quem entrar agora, encontrará oportunidades, mas precisa estar preparado para enfrentar volatilidade e incerteza.
Já no cenário internacional, Gardimam acredita que os EUA não escapam de uma recessão no ano que vem. Esta seria a principal “faca” no pescoço do mercado.
Sem bullmarket, com oportunidades
Ricardo França, analista da Ágora Investimentos, ressalta que não estamos vivendo um bullmarket (mercado de alta) e que não espera grandes saltos da Bolsa para os próximos meses. “Não sairemos de um Ibovespa de hoje para 160 mil pontos, a não ser que tenhamos muitas mudanças estruturais, mas esse não parece o caso”, afirma.
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Contudo, nesse mercado que não é de alta, existem grandes oportunidades. Entre as principais teses de valor (empresas resilientes e consolidadas) da Ágora estão papéis como os da Vale, Petrobras, Ambev. Já as companhias que devem se beneficiar dos juros baixos estão BTG Pactual, Ecorodovias e Vibra Energia. A indicação de players com previsibilidade de receita e dividendos, estão papéis como Copel e Eletrobras. “Eletrobras, por exemplo, é 1/4 da energia do Brasil. Uma empresa enorme, que está barata, é o player mais barato de energia”, diz França.
Para diversificação internacional, a Ágora indica nomes ligadas aos mercados estrangeiros, como ações da JBS e Prio, nomes que trarão proteção cambial à carteira.
Na seara de Small Caps, empresas de menor capitalização, ativos como Camil Alimentos e Simpar entram na conta. “Os movimentos podem ser feitos com tranquilidade, sem medo de ficar fora, a Bolsa não vai mudar todo o cenário amanhã”, afirma o analista.