

As ações da Ambipar (AMBP3) voltaram a desabar nesta segunda-feira (6). Próximo das 12h27 (de Brasília), os ativos caíam 29,29%, negociados a R$ 0,99.
Publicidade
As ações da Ambipar (AMBP3) voltaram a desabar nesta segunda-feira (6). Próximo das 12h27 (de Brasília), os ativos caíam 29,29%, negociados a R$ 0,99.
CONTINUA APÓS A PUBLICIDADE
O movimento acompanha o pessimismo do último pregão quando o Grupo Ambipar apresentou esclarecimentos à Justiça do Rio de Janeiro no processo em que busca manter a tutela cautelar que impede bancos credores de adotar medidas capazes de inviabilizar a continuidade de suas operações.
“A companhia reafirma confiança de que a Justiça manterá a medida em vigor até a apresentação do pedido de recuperação judicial, garantindo a preservação da empresa, dos empregos, dos contratos ambientais e da sua contribuição econômica ao Brasil”, afirmou em nota.
Como reflexo, na sexta-feira (3), as ações tombaram 49,09%, passaram por leilões na B3 e a empresa perdeu R$ 2,25 bilhões em valor de mercado, segundo a consultoria de dados financeiros Elos Ayta. A empresa agora é avaliada em R$ 2,33 bilhões. Desde a máxima histórica dos ativos, em 13 de dezembro de 2024, viu seu valor de mercado despencar R$ 42,51 bilhões.
Em 22 de setembro, a companhia informou que o então diretor financeiro, João Daniel Piran de Arruda, deixou o cargo. Na data, a Ambipar também informou a realização da sétima emissão de debêntures, em duas séries, no valor total de até R$ 3 bilhões.
Já no dia 25 de setembro, a empresa conseguiu uma tutela cautelar na 3.ª Vara Empresarial do Rio de Janeiro. Na prática, a medida protege a companhia de exigências de credores por 30 dias, prorrogáveis por mais 30. O mecanismo garante a possibilidade de que a Ambipar tente acordos ou então entre com um pedido de recuperação judicial – possibilidade mais provável, na visão de especialistas consultados pelo E-Investidor.
Publicidade
Invista em oportunidades que combinam com seus objetivos. Faça seu cadastro na Ágora Investimentos
Apesar disso, a notícia gerou impacto negativo direto sobre os investidores da companhia, fazendo com que a companhia perdesse R$ 4 bilhões em valor de mercado em apenas um dia. Com o anúncio, as notas de crédito da Ambipar já foram rebaixadas pela S&P Global e a Fitch. A avaliação da S&P ficou como “default”, a perspectiva mais baixa em uma escala de agências de rating.
“Via de regra, a cautelar é preparatória ao pedido de recuperação. O mercado foi pego de surpresa. Aparentemente parece se repetir uma estratégia de gestão da companhia por ferramentas que seriam excepcionais”, afirma Eduardo Silva, presidente do Instituto Empresa. Veja os destalhes nesta matéria.
Em esclarecimentos apresentados à Justiça do Rio de Janeiro na sexta-feira, a Ambipar reforçou que a tutela foi prudente e indispensável para evitar o “colapso de um grupo empresarial estratégico para o país, cuja atuação projeta o Brasil no cenário internacional da sustentabilidade”.
Segundo apuração da Coluna do Broadcast, alguns credores da Ambipar (AMBP3) têm buscado identificar onde estaria o caixa da companhia, reportado no balanço do segundo trimestre em R$ 4,7 bilhões, dado que no pedido de proteção contra cobranças a empresa sugere insuficiência de recursos para seguir honrando compromissos financeiros. Fontes afirmam que apenas US$ 80 milhões (R$ 425 milhões) teriam sido encontrados. Leia mais nesta reportagem.
Invista em informação
As notícias mais importantes sobre mercado, investimentos e finanças pessoais direto no seu navegador