Ambipar (AMBP3) entrou em recuperação judicial com R$ 10,5 bilhões em dívidas. Entre os principais credores estão Santander, Banco do Brasil e Deutsche Bank, que anteciparam cobranças e agravaram a crise. (Imagem: Divulgação Ambipar)
A Ambipar (AMBP3)informou no fim da noite desta sexta (24) que a 3ª Vara Empresarial do Rio de Janeiro prorrogou a cautelar que suspende pagamentos da companhia. No fim de setembro, a Justiça fluminense concedeu à empresa de gestão de resíduos a medida para protegê-la dos credores.
Segundo o fato relevante da Ambipar enviado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), os efeitos foram estendidos “até que sejam esclarecidos determinados fatos considerados necessários pelo Juízo para que possa ser proferida uma decisão em relação ao processamento do pedido de recuperação judicial da Ambipar e de suas afiliadas”.
O gatilho do pedido da cautelar pela empresa em setembro foi o aditivo acertado em agosto a um contrato de swap cambial com o Deutsche Bank, que atrelou o comportamento dos bônus no exterior a garantias financeiras adicionais. Como os preços dos títulos derreteram nas semanas que antecederam a ida da Ambipar à Justiça, houve, no jargão do mercado, as “chamadas de margem”, comprometendo o caixa da companhia.
Após a cautelar, o mercado passou a estimar que a empresa entraria com um pedido de recuperação judicial, o que efetivamente ocorreu no começo desta semana e ainda não foi deferido pela Justiça. De lá para cá, as ações da Ambipar derreteram 97% e passaram a valer centavos (R$ 0,26 no fechamento de ontem). Conforme a Broadcast antecipou, as dívidas do grupo somam mais de R$ 10 bilhões.