

A exigência de mais garantias pelo Deutsch Bank para compromissos financeiros que somam US$ 550 milhões (perto de R$ 3 bilhões) empurraram a Ambipar para o pedido de proteção na Justiça contra credores, homologado nesta quinta-feira (25).
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A exigência de mais garantias pelo Deutsch Bank para compromissos financeiros que somam US$ 550 milhões (perto de R$ 3 bilhões) empurraram a Ambipar para o pedido de proteção na Justiça contra credores, homologado nesta quinta-feira (25).
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A medida é preventiva e pode se desdobrar em uma recuperação judicial, já que a Ambipar tem sinalizado que está com problemas em sua gestão e no seu caixa. A própria Ambipar disse, no pedido feito à Justiça, que uma aceleração de todas as suas dívidas poderia provocar um rombo de R$ 10 bilhões no grupo. Vale lembrar que a companhia tem histórico de relação com o Banco Master, que pode ser liquidado.
No documento entregue na 3ª vara empresarial da comarca da capital do Estado do Rio de Janeiro, os escritórios que representam a companhia citam a urgência da proteção já que outros bancos estrangeiros começavam a cobrar seus créditos. O Santander, conforme o documento, deu até às 14h desta quinta-feira para que a Ambipar honrasse um empréstimo de US$ 118,9 milhões e mais R$ 23 milhões em derivativos.
A Ambipar, representada pelos escritórios Salomão Advogados e Galdino, Pimenta, Takemi, Ayoub, Salgueiro, Rezende de Almeida, obteve 30 dias de suspensão de cobranças e contra qualquer tipo de tentativa de execução de garantias e tomada de bens, os quais são prorrogáveis por mais trinta.
Os compromissos com o Deutsche derivam de um empréstimo de US$ 35 milhões e três contratos de derivativos, na modalidade swap, com aditamento para inclusão de dação em pagamento de títulos emitidos pela Ambipar Lux, o braço financeiro da companhia no exterior.
Com essa vinculação dos derivativos aos contratos de empréstimo, o valor base para cálculo da dívida com o banco alcançou US$ 550 milhões. A Ambipar alega, conforme documento de deferimento do pedido de proteção, que “sem qualquer respaldo contratual, o Deutsche Bank estaria calculando e exigindo o aporte de garantias adicionais com base não apenas na diferença negativa das taxas fixadas nos Contratos de Swap, mas também nas desvalorizações dos PIK Bonds no mercado exterior”.
A Ambipar afirma que os PIK bonds, termo usado como referência ao pagamento de juro por meio da entrega de bônus, só seriam entregues no futuro, quando do vencimento dos Contratos de Swap.
“Em razão da incorporação de um risco de crédito futuro relativo aos PIK Bonds, o Deutsch Bank AG passou a exigir da Ambipar Participações o aporte de garantias em valores muito superiores aos que seriam exigíveis, o que já gerou nos últimos dias um dispêndio de caixa significativo, da ordem de mais de R$ 200 milhões”, diz a empresa nos documentos entregues à Justiça. Ainda, venceria amanhã (26) o próximo aporte de garantia, em montante aproximado de R$ 60 milhões.
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