- As ações da Americanas (AMER3) operam em forte queda nesta quarta-feira (27)
- O movimento sucede o fim da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) aberta para investigar possível fraude na empresa
- Na terça-feira (26), foi aprovado o relatório final da CPI, com 18 votos favoráveis e 8 contrários, sem indicar possíveis culpados pelo rombo contábil da empresa
Fora do Ibovespa, as ações da Americanas (AMER3) operam em forte queda nesta quarta-feira (27). Ás 15h46, os papéis da varejista tombam 4,17%, cotados a R$ 0,69, após oscilarem entre máxima a R$ 0,72 e mínima a R$ 0,67. O movimento sucede o fim da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) aberta para investigar possível fraude na empresa.
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Na terça-feira (26), foi aprovado o relatório final da CPI, com 18 votos favoráveis e 8 contrários. O documento não indicou culpados pela suposta fraude. Parte do colegiado apontou “blindagem” ao trio de controladores da empresa (Carlos Alberto Sicupira, Jorge Paulo Lemann e Marcel Hermann Telles).
Como justificativa para a decisão, o relator, deputado Carlos Chiodini (MDB-SC), disse não haver provas suficientes para indiciar os responsáveis pelas irregularidades no balanço contábil. “Não tem comprovação e não deu tempo para sermos inquisidores, fazer papel de polícia, juiz e promotor. Não tenho coragem de acusar pessoas antes das investigações, a cada dia saem novos fatos”, afirmou o parlamentar.
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Chiodini chegou a ter acesso à carta de Miguel Gutierrez, ex-CEO da Americanas, que apontava envolvimento do trio de acionistas na fraude. O deputado, no entanto, optou por não ouvir Sicupira, Lemann e Telles antes de encerrar as investigações da CPI.
Para o deputado Mendonça Filho (União-PE), não há nada que implique diretamente os executivos na suposta fraude. Dessa forma, o relatório final procurou deixar a responsabilidade das investigações para a Justiça, preservando a varejista, de forma a manter os empregos de seus funcionários.
Por outro lado, a deputada Fernanda Melchionna (Psol-RS) lamentou o desfecho dos trabalhos da CPI e considerou a decisão como uma “tentativa de blindar” grandes acionistas implicados na suposta fraude. “É muita subserviência aos interesses do capital que lesa em bilhões de reais a empresa. Quem paga são os trabalhadores, os pequenos acionistas e o povo brasileiro”, criticou.