As ações da Americanas (AMER3) voltaram a registrar forte queda nesta sexta-feira (23), antes de os papéis passarem por um processo de grupamento. Os ativos finalizaram a sessão em baixa de 14,29% a R$ 0,06, após oscilarem entre máxima a R$ 0,08 e mínima a R$ 0,05 – o menor valor de sua história. No começo da tarde, chegaram a entrar em leilão por oscilação máxima permitida.
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Na segunda-feira (26), as ações da Americanas devem ser agrupadas na proporção de 100 ações ordinárias ou bônus de subscrição para 1 ação ou bônus de subscrição da mesma espécie. A operação, aprovada na assembleia geral extraordinária realizada em 21 de maio de 2024, busca aumentar o valor de negociação dos ativos.
Com o processo de grupamento de ações da Americanas, o número de ações em circulação é reduzido, enquanto o valor nominal dos papéis da empresa é aumentado na proporção inversa. Por exemplo: se uma ação estiver cotada a R$ 1 e a companhia realizar o grupamento na proporção de 100 para 1, como o da Americanas, os papéis passam a ser cotados a R$ 100, no entanto, o capital social da empresa permanece inalterado.
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Seguindo essa simulação, após o grupamento, o investidor que já possuía, por exemplo, 1 mil ações em carteira passaria a ter apenas 10 papéis, mas continuaria a possuir R$ 1 mil em patrimônio.
Geralmente, as empresas realizam um grupamento de ações para aumentar o valor nominal de suas ações. Ter ativos cotados abaixo de R$ 1, como as chamadas penny stocks, pode gerar consequências negativas, que vão desde multa até suspensão das negociações em Bolsa.
Companhias como Casas Bahia (BHIA3) e Magazine Luiza (MGLU3) realizaram o procedimento recentemente. No caso da primeira, o grupamento ocorreu na proporção de 25 para 1 a partir de 28 de dezembro de 2023. Já o Magalu uniu 10 ações em uma só a partir de 27 de maio deste ano.
Americanas (AMER3) tem enfrentado dias difíceis
Os papéis da Americanas já acumulam queda de 89,09% em agosto, enquanto as perdas registradas em 2024 são de 93,41%. Tudo piorou quando a empresa divulgou, na última semana, os aguardados balanços do exercício de 2023 e do 1º semestre de 2024, que foram repetidamente adiados.
No acumulado do ano passado, a varejista registrou prejuízo de R$ 2,2 bilhões, 82,8% melhor do que o observado no mesmo período de 2022. Já nos seis primeiros meses deste ano, o resultado negativo foi de R$ 1,4 bilhão, 56% menor do que no mesmo intervalo de 2023.
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Apesar da melhora no comparativo, os dados ainda revelam uma conjuntura de preocupação para a Americanas, uma vez que o mercado espera uma nova alta dos juros pelo Banco Central, o que tende a penalizar varejistas. Além disso, o fato de a companhia ter resolvido retirar os “guidances” (projeções financeiras) para os próximos meses despertou maior insegurança nos investidores.