Uma série de mensagens de celular sugere que executivos da Americanas (AMER3) teriam agido para pressionar agências de classificação de risco, nos dias que sucederam o anúncio do escândalo contábil envolvendo a empresa, em 11 de janeiro de 2023, segundo informações do jornal “Folha de S. Paulo”.
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Temendo uma sequência de rebaixamentos vindos de Fitch, S&P e Moody’s, os executivos da área de finanças teriam tratado, em um grupo de Whatsapp, sobre como abordar as agências e endurecer o discurso durante as reuniões que viriam a ter, segundo apurou a reportagem.
Em uma das mensagens, a diretora de Relações com Investidores da Americanas afirma que a S&P “não tem como segurar” a revisão da nota, mas sugere que vão “discutir o pedido de tempo”. Isso teria ocorrido após encontro entre ela e representantes da agência de rating. O teor das mensagens indica uma possível tentativa de retardar o rebaixamento (ou downgrade).
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Na mesma semana em que o escândalo veio a público, a S&P e a Fitch derrubaram a nota da Americanas pela primeira vez, em 13 de janeiro. Três dias depois, seria a vez da Moody’s rebaixar o rating da companhia, acompanhada pela S&P mais uma vez — agora, ao patamar de calote (ou default). A Fitch, por sua vez, diminui outras duas vezes, até chegar ao nível D (equivalente a calote).
A pressão que os executivos da Americanas teriam exercido sobre as agências de classificação de risco acalora, mais uma vez, o debate sobre a relação comercial de empresas e essas instituições. Hoje, o serviço prestado por Fitch, S&P e Moody’s é contratado e pago pelas próprias companhias — colocando em xeque a imparcialidade da avaliação.
Na última quarta-feira (14), a Americanas divulgou prejuízo de R$ 1,4 bilhão no primeiro semestre de 2024. No mesmo período do ano passado, a empresa havia acumulado perdas de R$ 3,2 bilhões. O resultado mais recente aponta que a companhia conseguiu mitigar a desvalorização.
Ainda assim, as ações da empresa chegaram a despencar 69,7%, ontem, sendo negociadas a R$ 0,10 no meio do dia. Os papéis da Americanas fecharam a quinta-feira com desvalorização de 57,57%, vendidos a R$ 0,14.
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