Últimas notícias

Momento de aversão a risco em 2023 mostrou um mercado saudável, diz Anbima

Segundo o executivo, no início do ano passado, as perspectivas eram as melhores para o mercado de capitais

Momento de aversão a risco em 2023 mostrou um mercado saudável, diz Anbima
(Foto: Envato Elements)

A aversão a risco que tomou conta dos mercados após eventos de crédito no início de 2023 teve um lado positivo: serviu para mostrar o quanto o mercado de capitais brasileiro está saudável. A avaliação é de Guilherme Maranhão, presidente do Fórum de Estruturação de Mercado de Capitais da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima).

“O momento de aversão a risco serviu para mostrar que a gente está com um mercado secundário bastante saudável. Havia liquidez para dar saída para quem precisou, principalmente os fundos de investimento em crédito privado, que precisaram da liquidez para fazer frente aos resgates”, disse Maranhão, durante coletiva de imprensa nesta tarde. “A crise não foi tão traumática”, avalia.

Segundo o executivo, no início de 2023, as perspectivas eram as melhores para o mercado de capitais, com as novas regras para ofertas públicas previstas na resolução 160 da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e a marcação dos papéis a mercado para a pessoa física.

Publicidade

Invista em oportunidades que combinam com seus objetivos. Faça seu cadastro na Ágora Investimentos

Mas os primeiros meses do ano foram fracos após o evento de crédito de Americanas (AMER3). “Tanto por emissores não querendo chancelar níveis mais altos de spread quanto por investidores sem caixa”, diz Maranhão. Assim, a retomada veio só no segundo semestre, em meio à queda da inflação e redução na taxa básica de juros, em uma recuperação consistente e com participação relevante de pessoas físicas.

O executivo da Anbima destaca que, olhando em relação aos últimos anos, 2023 foi o terceiro melhor ano no mercado de capitais doméstico, com captações de R$ 463,7 bilhões. A queda foi de 14,9% ante 2022, mas o volume foi mais alto que em 2019 (R$ 430,4 bilhões), ano anterior ao início da pandemia de Covid-19. “Vemos o tamanho que o mercado de capitais do Brasil tomou”, afirma Maranhão.

Perspectivas para 2024

Maranhão afirma que há um “pipeline com volume relevante” de novas operações no mercado de capitais em 2024, na medida em que as “nuvens no horizonte” que trouxeram incertezas no ano passado estão se dissipando e há perspectivas melhores para a economia. “A tendência é que tenhamos um ano bem mais forte”, destaca.

Já sobre novas aberturas de capital (IPO, na sigla em inglês), o executivo diz ser mais difícil cravar opiniões, pois “depende de uma série de variáveis que a gente não controla”. Entretanto, ele afirma que tudo indica que haverá a volta dos IPOs neste ano, com condições de mercado para tal. “A dúvida é se vão ser entre 3 a 5, ou 10 a 20. Hoje estamos mais conservadores, olhando para entre 3 e 5”, diz.