A incorporação do Grupo Soma (SOMA3) pela Arezzo&Co (ARZZ3) foi aprovada em Assembleias Gerais Extraordinárias (AGE) realizadas pelas companhias nesta terça-feira (18). Após a incorporação, a Arezzo&Co passará a se chamar Azzas 2154 e o Grupo Soma será extinto.
Com a implementação da combinação dos negócios, os acionistas do Grupo Soma receberão 0,120446593048 novas ações ordinárias da Arezzo&Co para cada papel do Grupo Soma. Segundo as empresas, eventuais frações de ação de emissão da Arezzo&Co decorrentes da incorporação serão agrupadas em números inteiros para, em seguida, serem alienadas no mercado à vista.
Leia também
Assim, com a junção das companhias, o capital social da Arezzo&Co será aumentado em R$ 578.953.615,18, mediante a emissão de 94.520.147 novas ações ordinárias. Já o saldo remanescente do acervo líquido do Grupo Soma, no valor de R$ 5.210.582.536,62, irá para a conta de reserva de capital da Arezzo.
As empresas ainda ponderam, em fato relevante, que a efetivação da incorporação está condicionada à implementação de determinadas condições suspensivas. Dentre as condições, está a implementação pelo Grupo Soma de reorganização preparatória a fim de evitar qualquer solução de continuidade das operações da companhia, além da eleição dos novos membros do Conselho de Administração da Arezzo&Co.
O que fazer com as ações
Para Enrico Cozzolino, head e sócio da Levante, a fusão das duas empresas é positiva para ambas, visto que as duas companhias tem marcas muito fortes e entregam múltiplos atrativos. “As duas companhias juntas teriam um valor de mercado de R$ 11,5 bilhões. No entanto, as receitas das duas juntas somam R$ 12 bilhões, ou seja, o valor de mercado é menor que o faturamento. Isso é um múltiplo muito atrativo e mostra como as duas ações estão descontadas”, explica Cozzolino.
Publicidade
Invista em oportunidades que combinam com seus objetivos. Faça seu cadastro na Ágora Investimentos
De acordo com Artur Horta, especialista em investimentos da GTF Capital, a fusão deve gerar um ganho de escala para as duas empresas, como o aproveitamento de mais de 2 mil lojas. “A Hering, que é do Grupo Soma, possui fábricas, as quais também podem ser utilizadas para fazer as roupas da Arezzo, como a Reserva e outras”, afirma.
Além disso, explica Horta, as duas companhias também estão em uma boa fase de saúde financeira e a junção das duas poderia amenizar qualquer tentativa arrecadatório do governo. “As duas companhias possuem incentivos tributários, caso o governo retire esses incentivos, os ganhos com a fusão amenizariam esses impactos”, relata Horta.
Os analistas da Ativa Investimentos também estão otimistas, mas eles lembram que essa operação envolve alguns riscos como a integração dos grupos que costuma ser trabalhosa e de longo prazo, com necessidade de integrar tecnologia, equipes e centros de distribuição, com uma possível sobreposição entre eles. “O negócios se concretizando é positivo no curto prazo para o acionista, mas, no médio prazo será desafiador para a integração completa dos grupos”, argumentam os analistas da Ativa Investimentos.
Ainda assim, a Ativa manteve sua recomendação de compra para Arezzo, indicada como ação favorita do setor. A corretora não divulgou um preço-alvo para as ações. A Levante também se mantém otimista com preço-alvo de R$ 84,10 para Arezzo.
Publicidade
Colaborou Bruno Andrade